Nogento.

Lancei meu primeiro livro de poesia.

Foi festa para que ninguém colocasse reparo.

Lá de uma cobertura do décimo andar.

O livro.

Caiu em queda livre.

E foi se esparramar aos pés de um pedinte.

O homem, folheou o exemplar.

E como todas as paginas estavam em branco.

Olhou para cima.

E gritou.

_ Miserável sovina.

Até as letras, suprimiu.

E depois.

Que o digam.

Que o mendigo sou eu.

JC.

Tracaja
Enviado por Tracaja em 17/06/2020
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