Mórbido
Escuridão, silêncio, gritos, ...
Gritos ensurdecedores, que não se podiam ouvir, gritos da alma, ocultos, mas que ecoavam nos labirintos da alma!
Silêncio, ... Pássaros, o sol pela janela, ela aproveitou seu brilho para "enfeitar" seu sorriso desbotado!
A selva de pedra agitada , passos, fumaça, gente , um barulho ensurdecedor que se podia ouvir!
Ela apenas obedeceu , cumpriu seu ofício, "produziu" a outrem...
Sorriu e semeou alegria, fumou uns cigarros para extravasar suas tensões.
Fim de tarde , o sol se pôs... O barulho da selva ainda ecoava, a caminho de casa ela já murmurava por dentro .
Ao abrir da porta , daquele pequeno apartamento pequeno, entrou , sentou-se a contemplar um porta retratos!
Brevemente sorriu , permitiu-se regar com lágrimas toda aquela lama de dor...
Tudo que tinha agora naquele interior e a sua volta , era um silêncio inquietante, vazio, ...
Fez um café , fumou mais um cigarro, ...que droga , precisa comprar mais !
Serviu-se de uma taça de vinho, decidiu romper aquele silêncio com um jazz , viajou, transportou-se nas lembranças, ...
Levemente sorriu, e num instante desabou-se em lágrimas ! ...
Mais uma taça de vinho caiu-lhe bem...
Deitou-se, ajeitou-se, se aqueceu , apagou a luz...
Notou a vida lá fora , enquanto morria por dentro , descuidou-se, a taça quebrou-se,
manchou seu tapete, e ali ficou entre os cacos, em pedaços!
Escrito por: Jefferson Rodrigues Verissimo (JeffBratcho)