Ser diferente é ser desigual?
Em época de modernizações, resta refletir sobre esta pergunta que deságua em várias outras de igual importância. É bom lembrar que é possível ver na História da humanidade diversas guerras e antologias que mostram batalhas travadas não pelas diferenças, mas, sim, pelas desigualdades que, muitas vezes, foram criadas e geradas de forma estratégica para que um foco importante fosse esquecido: o convívio comum. Óbvio que o conceito de desigualdade esbarra na pessoalidade e na individualidade que possivelmente foi construído com base em leituras – e porque não dizer em não-leituras – que, muitas vezes, já se apresentam, desde a raiz, de forma viciada. Seria bom olhar para trás e reler do que tentar interpretar a releitura de terceiros. Neste sentido, esbarramos na influência direta das Culturas na construção de sentidos e definições que, embora tenham bases gerais comumente vinculadas, passam pelo processo de desconstrução de um conceito primeiro, visando a reconstrução e adaptação de conceitos outros que, muitas vezes, divergem totalmente do conceito primevo que fora apresentado pelos autores originais. Assim, quando há releituras e reflexões isentas – se é que elas existem – há releituras e reflexões que mostram jamais haver conflitos com as diferenças. É possível enxergar que, o que há, na verdade, são divergências geradas por indivíduos que geram grupos que, por pensarem ser vitimados, sentem e pensam ser desiguais, deixando de lado o que deveria ser tido como ideal: a igualdade nas/das diferenças. Longe dos pensamentos sociológicos e das diferenças de classes, aqui a referência está na construção de valores e de pensamentos vinculantes e críticos construtivos que fortaleçam a igualdade pela igualdade, respeitando as diferenças e seguindo um caminho harmonioso apesar de, e por causa das diferenças. Aqui e ali, haverá sempre a necessidade de se seguir caminhos dissemelhantes ou, ainda, de desbravar trilhas que futuramente serão caminhos largos. Que seja assim! Mas, que haja a reformulação de valores individuais construídos sem tendências ideológicas. Bom seria se houvesse a consciência de que, embora haja caminhos diversos, jamais estes serão desiguais, pois que todos apontam para um ponto de partida e uma chegada que, por vezes, não indica o fim, mas, possivelmente um novo começo. A intrepidez e a rapidez de opiniões força a existência de padrões que, embora sejam necessários para a convivência comum, podem servir como arcabouço sistematicamente repetido em favor das desigualdades, quando deveria ser base para o respeito pelas diferenças. Assim são os conceitos que são tidos como verdadeiros e sólidos e até mesmo estes sofrem mudanças e se deterioram com o tempo; é aqui que mora a necessidade de revisitações ao que temos em comum, construindo conceitos insólitos que devem – ou pelo menos deveriam – apontar para a importância das diferenças, ignorando a desigualdade, reconstruindo – ou se livrando – do que pode gerar conflitos que são essencialmente desnecessários.