bipolar

porém, com fé, em nada duvidando; porque o que duvida é semelhante à onda do mar, que é levada pelo vento, e lançada de uma para outra parte. Não pense tal homem que receberá do Senhor alguma coisa.O homem de coração dobre é inconstante em todos os seus caminhos.

Tiago 1:6-8

Penso que passar por momentos de altos e baixos faz parte do ser humano e isso pode ocorrer tanto no plano físico quanto no espiritual. Mas o perigo está quando essa instabilidade, esses altos e baixos, são levados à níveis extremos e de forma constante, continuada, mais que o natural. Isso é bipolaridade espiritual.

Quantas vezes saímos de um culto ou de uma atividade outra que envolve nosso culto a Deus, seja encontros ocasionais na igreja, seja congressos, extremamente cheios do Espirito Santo, orando com fervor, interpretando a Bíblia, embevecidos com fé suficiente para dizer ao monte” lança-te daqui..”?

Mas a rotina diária vai minando nossas forças, ocupando espaços e consumindo nosso tempo, e quando nós percebemos, ou muitas vezes nem percebemos, vivemos um maçante e vazio dia a dia, com todas as más práticas que implica uma vida vazia e sem propósitos.

Aí, nos enchemos de coragem e decidimos acabar com isso, e vamos atrás de um novo culto, de uma nova palavra, para nos recuperarmos, nos abastecermos, e a vida continua, num ciclo interminável, alternando altos e baixos, negativos e positivos. Num dia estamos cheios do Espirito Santo no outro estamos pedimos aos nossos líderes que construam um bezerro de ouro.

Quando nos encontramos perto de Deus podemos ouvi-lO de forma consistente, e nada continua como antes, suas bençãos correm atrás de nós. Mas depois de certo tempo voltamos aos nossos velhos hábitos.

Esse modo de vida, dentro dessa mentalidade dúbia nos afasta de Deus e nos priva de receber bençãos, de aprender da palavra de Deus, de evoluirmos espiritualmente, de crescer em sabedoria.

Muitas vezes nos comportamos como aquele povo que se reuniu com Moisés aos pés do monte para ouvir Deus falar e preferimos delegar a intermediação a alguém que nos lidere. Não queremos subir o monte e ouvir Deus falar diretamente, seja por medo ou outra coisa qualquer.

É certo que é melhor sermos dois do que um andando só. Entretanto nossa espiritualidade não pode depender dos outros. Não podemos depender de líderes para ter um encontro com Deus. Moisés demorou e deu no que deu. E se o pastor demorar para voltar? E se ele demorar para falar?

Precisamos subir o monte para não darmos voz à dualidade de pensamentos, à bipolaridade espiritual, que tem trazido assolação e desolação Às nossas vidas.

Pai, percebo a bipolaridade espiritual em meu viver, culpa da minha preguiça, do meu medo de subir o monte, medo de ouvir a Tua voz. Medo de cometer erros e falhar. Medo de sair da minha zona de conforto e segurança. Dá-me Pai, o querer por Ti, dá-me Pai, a vontade de segui-lO.

alcir de lima

09/06/2020