Além das Plalavras
“Não te irrites, por mais que te fizerem
Estude, a frio, o coração alheio.
Farás, assim, do mal que eles te querem,
Teu mais amável e sutil recreio”.
~ Mario Quintana
Estudando Psicologia, tive acesso à Comunicação Não-Violenta (CNV), uma teoria (digamos assim) desenvolvida por Marshall Rosenberg e tem como fundamento conscientizar as pessoas para que falem com sentimento e ouça, também, com sentimento. Esses poucos versos do grande Mario Quintana automaticamente me levaram a pensar na CNV que ensina, dentre tantas coisas importantíssimas, a ouvirmos o que as pessoas nos dizem com empatia, sem levarmos para o lado pessoal, tentando compreender quais sentimentos recheiam os desabafos, por mais ásperos que sejam, e quais são as necessidades atrás de tais sentimentos. Uma coisa é certa, muitos desentendimentos poderiam ser evitados se soubéssemos mais do que pronunciar palavras ou ouvir discursos: saber usar as palavras e ouvir além delas.
Fato é que levamos para o lado negativo quando alguém nos dirige palavras indigestas, e sei que é difícil quando, atacados agressivamente, procuramos entender as razões (sentimentos) da outra pessoa, mas é um exercício cujo treino nos levaria a um patamar humanamente evoluído, ao invés de respondermos na mesma agressividade nos mostraríamos sensibilizados, empáticos, mostrando que verbos violentos podem ser dispensados em uma sociedade formada por seres racionais que tendem ao florescimento de suas almas.
Jesus Cristo ensinou a oferecer a outra face quando fôssemos atacados, isso não necessariamente quer dizer que nos coloquemos à disposição para sermos esbofeteados, mas que tenhamos o tato necessário para entender que o outro precisa ser ouvido, esclarecido, e que nós temos a chance de nos explicarmos ao seu juízo. Queira entender os motivos do outro, ligue-se a ele de maneira sentimental, vá além das palavras, encontre seu significado e seja levado direto ao coração que, uma vez acolhido, terá prazer em se abrir.
< Texto de @Amilton.Jnior >