Quando a Vida Perde o Brilho

Chega uma hora na qual a dor, para alguém, é tão grande, o sofrimento tão insuportável, que a vida perde seu brilho sedutor, perde seu prazeroso sabor, perde o sentido e a importância, tudo parece uma grande tragédia, uma enorme ruína. É quando, para tantos, cansados de tantos incômodos, a morte se torna atraente, como única solução para o fim das lágrimas, para o término do sufocante vazio que faz a alma agonizar. Sucumbem ao que conhecemos como suicídio, a única forma que acreditam ser possível para que a dor termine. Engana-se quem julga tais pessoas como fracas ou egoístas, a vontade de viver nunca acaba completamente, mas o sofrimento é maior do que qualquer esperança de uma vida melhor.

E nessa luta pela vida, para que todos nós tenhamos a chance de experimentar grandes alegrias e abraçar inesquecíveis conquistas, todos temos uma enorme responsabilidade: olhar para o outro com empatia, com sensibilidade, ouvindo seus desabafos, identificando a dor atrás de cada palavra e o desprazer denunciado pela falta de brilho no olhar. Muitos ao nosso lado estão travando batalhas penosas, como nós também enfrentamos nossas adversidades, a diferença é que, talvez, ainda nos reste alguma esperança, a certa esperança de que tudo passa, de que o vento se encarrega de dissipar as nuvens, mas ao outro, entregue a um vazio insuportável, o amanhã representa incertezas e angústias.

Como os seres racionais que somos, estando neste mundo para evoluirmos a cada amanhecer, precisamos almejar que todos desfrutem da mesma evolução evitando os julgamentos, esquivando-se dos juízos e oferecendo compreensão, acolhimento. Uma palavra de coragem é capaz de despertar a tantos para uma verdade que distorcida pela dor, parece inexistente: não estamos sozinhos nesse mundo de ansiedades, sempre haverá um ombro amigo para que possamos repousar e derramar nossas lágrimas com a convicção de que somos entendidos em nossas angústias. Olhe para você nesse momento. As pessoas que o rodeiam se sentiriam confortáveis para expor a dor pela qual são assoladas? Mostre-se aberto aos sentimentos alheios. Mostre-se acessível para que as aflições sejam compartilhadas. Ninguém precisa sofrer sozinho se cada um de nós compreendermos que as pessoas sofrem em diferentes graus e intensidade. Alguns conseguem superar os desafios facilmente, outros precisam de auxílio, que sejamos os auxiliares!

< Texto de @Amilton.Jnior >