Ansiedade
A quarentena me permitiu ver as coisas de outra forma.
Apesar de todo o cenário caótico, porque eu sempre tive mais de um trabalho, conseguiria me sustentar até o fim do ano só com as rescisões e FGTS, além de uns bicos por aí. Então não estou preocupado com dinheiro AINDA.
Surgiram duas oportunidades palpáveis: a Decathlon que estou na fase final do processo e a Play Sports, que era algo que eu já fazia antes, mas só que com outra equipe.
Mas ao mesmo tempo tem a Ekoá e a Jogue-se. Eu estou em um momento há um tempo com a Jogue-se que é para me transformar em homem e me dói a cabeça só de pensar. O mestrado também, é o mesmo sentimento. De fuga e ansiedade.
Eu não consigo nem pensar na missão da empresa, o pior disso de empreender é que não tem certo e errado. É bem solto e eu como dono tomo todas as decisões, é uma liberdade e um medo absurdo de dar errado e eu acabar me fudendo.
Coloquei uma frase na tela do computador para me motivar a trabalhar nisso. "Você só tem a ganhar, porque perdendo já está!"
Simplesmente porque trabalhar para os outros até então não tem me gerado nem satisfação profissional e nem remuneração.
Eu sei que a Jogue-se também não vai me trazer a remuneração, pelo menos por um tempo. E confesso que tenho uma queda bonita pela Decathlon e esse plano de carreira. Mas eu quero chegar a um momento da vida em que realmente só faça o que eu gosto! E no caso, são as oficinas. Ia ser do caralho fazer uma aula de água com 60 anos, ia parecer o Kapish. E não me importa o público!
Eu não sei onde quero chegar com isso, mas confesso que sei de algumas coisas...
Sei que não gosto de ter um chefe que vai definir meu destino, sei que quero continuar com a Malu, sei que o mestrado é só um bônus, não sei nem se quero fazer doutorado ou dar aula em universidade.
Essa coisa de crescer e ser adulto é bem mais complicada do que eu achava. Nem minha mãe que tem 58 sabe da vida dela, por exemplo se ela perder o emprego. E eu tenho que decidir com 17 anos.