Para matar
Os generais – e suas tropas – desde jovens são preparados para a guerra, matar o inimigo. Claro, tem de ser assim.
Aqui, no Brasil, não tem guerra – no sentido de conflito entre nações. Portanto os milicos ficam em completa ociosidade, frustrados, por não pôr em prática seus ensinamentos. Alguns sentem tédio da rotina da caserna.
Bem, precisam de inimigo (s). Não há. Então têm de arranjar um, alguém.
Procuram os próprios concidadãos, o povo. Querem sair da ociosidade, se despirem dos pijamas (os da reserva).
E procuram a política para isso. É o que a sociedade brasileira (ao menos uma parcela) percebe.
Em nações mais adiantadas politicamente, os grandões das Forças Armadas sabem seus lugares, têm consciência do limite de suas atribuições.
Por aqui a história é diferente. Não sei por que temos essa cultura. Os meganhas de alta patente teimam em se considerarem “salvadores da pátria”.
Muitos já decifraram o que está por trás do (des) governo-facada, eleito por ter induzido o cidadão incauto ao erro.
E amplo apoio dos tubarões nacionais, entre eles a grande mídia.
Militares daqui não admitem democracia, nada disso. Democracia é coisa de baderneiro, subversivo, comunista.
Treinados para matar, esfolar, não contam até 10 para prender, torturar.
Países com sistema político consolidado, o Estado Democrático de Direito é forte, é tradição, é uma cultura pétrea.
No Brasil, não. Veja 1964. E agora, em pleno século 21, sob ameaça ditatorial, ao comando de um “presidente” terrorista, corsário.