DO MEU POETAR (Serie Reflexiva Mente)ROBERTA LESSA

Há uma orgia de palavras dentro de mim, descabida, abusada, duvidosa e até talvez indecente de excesso de desobediência métrica, pois jamais se cabe em linhas, pautas e páginas. Sai de mim e de si mesma somando em letras aquilo que fomenta no texto a insanidade do pensamento.

Há uma assimetria de pensamentos dentro de mim, descontrolada, iludida, dadivosa e até talvez incoerente de retrocesso de subserviência estética, pois jamais se sabe em consciências, soluções e emoções. Sai de mim e de si mesma juntando em lidas aquilo que orienta no viver a identidade do esquecimento.

Há uma utopia de esquecer dentro de mim, incontida, alucinada, curiosa e até talvez inconsequente de processo de decadência lúdica, pois jamais se nutre em histórias, memórias e ausências. Sai de mim e de si mesma adiando em realidades aquilo que amamenta no resistir a comodidade do desconhecimento.

Há uma energia de esquecer dentro de mim, mantida, proporcionada, majestosa e até talvez malemolente de sucesso de demência módica, pois jamais se perde em lembranças, legados, firulas. Sai de mim e de si mesma incomodando em modernidade aquilo que sustenta no colidir a inventividade do fenecimento.

Já uma dicotomia de fenecer dentro de mim, gerida, gerada, desastrosa e até talvez indisplicente de regresso de ignorância fétida, pois jamais se abata em derrotas, estradas, caminhos . Sai de mim e de si mesma habitando em paradas aquilo que existe na unicidade do acontecimento.

Há uma heresia de acontecer dentro de mim, querida, aumentada, lustrosa e até talvez indolente de retrocesso de significância mórbida, pois jamais se eleva em fatos, atos, soluções. Sai de mim e de si mesma copulando em modernidade aquilo que orienta no colidir à veracidade do momento.

Há uma simpatia de instante dentro de mim, mórbida, admirada, curiosa e até talvez impertinente de avesso de indolência servida, pois jamais se conecta em pessoas, seres, entes. Sai de mim e de si mesma condicionando em eternidade aquilo que sustenta no emergir a identidade do sentimento.