Espelhos.
Os espelhos e eu temos uma relação tumultuada
Sempre que eu me vejo em um
Eu não vejo nada além de uma aparição
Uma que parece exatamente como eu - feia e ameaçadora- só que mais vazia
Ela é vaga, eu penso,
Mas ela só me deixa tocar
Sua pele de seda
E nada mais atrás disso
Sempre que eu a pego de relance
Na frente de uma loja, ou um espelho no banheiro,
Ou um lago reluzente
Eu quero bater nela
Até que ela quebre
Gritando
No chão
Em milhares de pedaços
Eu quero pegar os pedaços e usá-los
Para ver o que tem dentro da garota real
Para não deixar nada além de duas
Horríveis bonecas quebradas
Chorando em um poço de cristal no chão.