A culpa não é minha
A nossa formação cultural nos condicionou a raciocinar que, quando acontece algo adverso conosco, a culpa é sempre de um ou mais alguém que não nós.
Esse pensamento está tão entranhado nas nossas mentes que até alguns “filósofos” desenvolveram teorias de que estupradores, assassinos e ladrões não são culpados por seus atos. Eles são o que são e fazem o que fazem por culpa da Sociedade ou de algum ser alienígena qualquer.
Sendo assim, nós vivemos no país mais rico do Planeta e sofremos com escassez de conforto “por culpa dos políticos”, dos “senhores de engenho”, dos “barões do café”, dos portugueses, dos negros ou dos índios.
Nos recusamos terminantemente a assumir a responsabilidade pelo que acontece de ruim conosco.
Essa cultura nos leva a raciocínios totalmente desprovidos de lógica. Vejamos um exemplo: “a fome e a miséria é responsável pela criminalidade”.
Os desdobramentos dessa afirmação seriam:
- os criminosos não são responsáveis pelos seus crimes;
- a fome e a miséria é de responsabilidade dos governantes;
- quem elege os governantes somos nós, portanto, nós somos responsáveis pela fome e miséria e pela criminalidade;
Acontece que a dedução não chega a esse último item, quem faz essa afirmação não reconhece sua responsabilidade e a culpa fica apenas “para os políticos”, principalmente para os que não nos são simpáticos.
Com isso, o Brasil será sempre o “país do futuro” porque não conseguimos viver o presente, a realidade.
Nós somos os únicos avalistas de tudo de errado e ruim que os governantes fazem com o país.