“A MORTE DO OUTRO” em 23.09.2011
Após a reflexão O Nascimento do Outro, senti a necessidade de falar sobre a morte do outro como texto complementar. Desta forma, como se daria a morte do outro, senhores?
Havia dito no primeiro texto que á medida que se conhece alguém gostamos ou desgostamos, é desta forma que surgem grandes amigos ou grandes inimigos (Fares, 2011. pág. 1).
A morte do outro acontece por:
• Vontade própria mediante a necessidade de cada indivíduo;
• Processo natural (Tempo) em que as relações se desgastam;
Á medida que o outro não nos satisfaz, torna-se falso, arrogante e prepotente, sentimos a necessidade de descartá-los de nossas relações pessoais. Assim, podemos utilizar processos como perseguição, humilhação, ignorar, enfim, servir-nos de palavras que desagregam valor ao outro. Estes processos são devastadores a todo e qualquer ser humano, o efeito é tão forte que pode levar o outro ao suicídio.
Cuidado, senhores, os outros são idênticos a nós e vice-versa. Da mesma forma como utilizamos a lâmina para ferir, somos feridos por esta mesma lâmina, a palavra.
O respeito recíproco motiva o nascer de relações saudáveis e duradouras, entretanto, as relações no cotidiano são corrompidas seja pela inveja que causa a intriga, seja pela usualidade que as enfraquecem. Quando há o desgaste nas relações é preciso distanciar-se para que ambos sintam saudades do outro, desta maneira, os dois estão providenciando manutenção no relacionamento, pois quanto mais o tempo passa, mais conflitos se têm.
Os conflitos diários e instantâneos surgem por pequenas ações, desentendimentos, às vezes, o simples mover do maxilar unificado a língua causa uma ofensa que apenas quem ouve a percebe.
Os males humanos são diversos. O pior deles é aquilo que corrói a alma humana. Viver implica sofrer. Sofrer implica conquistar. Conquistar implica evoluir. Assim é o homem, um espécime tão contraditório, que promove o bem e o mal, que é amigo do amigo, inimigo do inimigo, inimigo do amigo e amigo do inimigo.
Nós falamos de justiça como se fôssemos justos, criticamos os outros como se fôssemos perfeitos, julgamos os outros como se fôssemos deus, portanto, mergulhamos cada vez mais na contrariedade, instalamos o desrespeito na sociedade, enfim, construímos os pilares de nossa vida e de nossas ideias em alicerces podres e corrompidos, no fim de nossa era (vida) restará apenas uma reflexão a ser feita, e poderá não ter ninguém a nos escutar, quando falarmos.
Nesta reflexão gerada pela consciência, o coração perceberá uma vida um tanto vazia. Vazia no sentido de preencher os vazios que há na alma. Tantos seres no planeta, tanta vida se desgastando ao longo do tempo. Uma geração morre para outras nascerem assim é o curso natural da vida. A lei do mais forte impera, pois o indivíduo provém suprimento para si, não para os outros. Até que neste ponto eu concordo. Porque, por vezes, temos a tendência de prover para os outros também, mas à medida que os outros não pensam em nós da mesma forma, é necessário aplicar a lei de causa-e-efeito se quisermos sobreviver.
A solidão combinada aos alicerces podres e corrompidos que sustentam nossas vidas correm de encontro ao abismo: a morte. Assim, devemos sempre nos questionar a cerca de nossas ações para com os outros. Respeitar os limites dos outros assim como eles os nossos é fundamental para promover a paz e viver uma vida saudável.
Viva, curta, brinque, conquiste, enfim, faça tudo que quiser desde que se atenha aos limites que foram impostos. Não decepcione as pessoas que mais os amam, desta forma se decepcionaram mais ainda consigo mesmos quando percebê-la. (FARES, 2011)