“O NASCIMENTO DO OUTRO” em 04/09/2011

Senhores, o que é o nascimento do outro? Vós ignorais alguns seres ou algumas coisas? Se tuas respostas forem não, conclui-se que és ignorante quanto à abordagem deste tema, porém, sejam bem vindos para um dimensionamento intelectual. Se tuas respostas forem sim, permitam-se ampliar teus entendimentos sobre o respectivo tema.

É fato que todos nós sabemos que a Vida é feita de aparências, apenas o conhecimento nos libertará, suprimindo a capa da invisibilidade que oculta todas as coisas e que nos mostra uma hiper-complexidade á medida que desconhecemos tudo a nossa órbita.

Mas o que é o nascimento do outro? Senhores, parei para pensar nisto faz muito tempo desde que, por experiência própria, vi-me numa situação de sofrimento intrínseco. A fim de sanar isto, fui radical em cortar relações pessoais, e, para isso acontecer, é necessário pesar numa balança a significância do outro para nós e a nossa para o outro.

A arte de ignorar é tão velha como o mundo. Ignoramos bilhões e bilhões de coisas e de seres humanos. Senhores, todos os dias, praticamos esta tão famosa arte. Não preciso dar exemplos, pois diversos deles se formam neste momento em nossa mente.

O “outro só nasce para nós” ou “nós só nascemos para o outro” por situações necessárias. Deste modo, ao estabelecer a menor atenção para as outras pessoas, elas estão nascendo para nós, elas ganham o sopro de vida assim como nós para elas. E quando este processo começa então surge comunicação e elas vão crescendo, alimentando-se de nossa atenção, carinho, cuidados, críticas e conselhos. Elas nos moldam o comportamento assim como nós moldamos o delas. Este é um processo recíproco, um dos primeiros princípios que me regem.

É assim que surgem grandes amigos ou grandes inimigos. Falar de amizade é condizente com esta abordagem, entretanto, fugiria um pouco do tema.

O outro só existe à medida que o enxergamos e apreciamos ou depreciamos suas características essenciais. ‘Aquela linda mulher com todos seus atributos que nos causam desejos ou o seu possível namorado que achamos ser incondizente com o perfil dela’ ou ‘a voz de alguém que nos é insuportável ao ouvi-la ou vice-versa’ são exemplos clássicos que remontam a existência do (s) outro (s).

É impossível, senhores, vivermos sem nos relacionar com os outros, assim com também, é impossível desfazer a sociedade a qual fazemos parte. Se nos isolássemos em uma ilha, isto é, cada um de nós fosse para uma ilha, não duraríamos muito, porque o significado de uma vida está intimamente unificado com a vida de outros, isto é um laço indissociável. A pessoa isolada perderá seu significado de vida e por isto mesmo voltará apressadamente à sociedade de onde não deveria ter saído ou morrerá de solidão, causando em si a morte do seu eu-interior, suicidando-se. Vale ressaltar que esta, numa visão geral sobre a morte, é a pior delas.

A arte de ignorar existe antes e depois de conhecermos as pessoas. Antes porque é um processo natural e depois porque as pessoas que conhecemos são desagradáveis e não merecem nossa atenção. Deste modo, essa arte é mais visível e sentida através do “depois”.

Ignorar, segundo o dicionário Miniaurélio, é não ter conhecimento de; não saber; não usar de; não ter; não tomar conhecimento de (pessoa ou fato), por desprezo ou indiferença. Enquanto que o dicionário Michaelis conceitua ignorar como ‘não ter conhecimento de alguma coisa; não saber, desconhecer; não conhecer por experiência; desconhecer-se a si mesmo; não tomar conhecimento por desprezo ou indiferença. Embora o dicionário Miniaurélio seja o mais utilizado, é o dicionário Michaelis que é mais completo em seu conceito a cerca do verbete ignorar.

Saibam, senhores, que a indiferença não é nenhum mal, é apenas o que posso denominar de a ausência de laços sociais. Ela é algo natural, existente entre os mais diversos povos que habitam o planeta. Já ignorar remete ao hábito de desviar o olhar, fingir que o outro não existe, comunicação destruída no processo de convivência, enfim, todas as atitudes praticadas, culminando na “morte do indivíduo” para nós, fazendo que o outro inexista, ainda que habite o mesmo teto e partilhe das mesmas coisas.

Todos nós nascemos para evoluir. Nesta evolução sofremos, aprendemos, alcançamos e por fim morremos. A recompensa de aprender é partilhar o que sabemos, a coragem de buscar e de vencer os desafios é que tornam algumas pessoas heróis do ontem, pois o amanhã é fruto de um aprendizado passado, baseado em fatos e descobertas históricas desses heróis.

A visão é o primeiro contato para a existência, a audição é o segundo, o olfato, o terceiro, o tato, o quarto e o paladar, o quinto e último contato. Desta maneira, cada órgão do sentido e sua respectiva ordem representam os contatos ratificadores da existência humana, assim como também os graus de afetividade humana.

À medida que conhecemos os outros gostamos ou não. Há sempre esta contrariedade, gostamos e desgostamos ao mesmo tempo, gostamos das virtudes e desgostamos dos defeitos. O gostar verdadeiro implica gostar das virtudes e dos defeitos. Até porque o ser humano é treva e luz, e isto é ser humanamente humano.

Conclui-se que os seres humanos devem ter bom senso e maturidade, e, além disso, usá-las cotidianamente. Desta maneira, devemos enxergar o nosso eu interior e agir pensadamente nossas relações pessoais, a fim de sentir-nos bem conosco.

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As leis que regem o Universo são as mesmas que nos regem, ainda que nós as desconhecêssemos. (FARES, 2011)

A base da evolução do homem é o dimensionamento de seu pensamento (FARES, 2011)

FARES
Enviado por FARES em 26/05/2020
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