Brutus Iscariotes

Sendo esse o meu tedioso fim

Teria em minha lápide, seca e escassa

Um humilde epitáfio

Com palavras carrancudas e desgostosas

Ao paladar feliz da criança.

Visto isso, quando o falecimento vier

E meu abraçar

Com profundidade rude e alma vazia

Não escreva-me.

A lápide sobre a terra

A terra sobre o caixão

E o caixão, aos poucos

Fazendo parte do meu ser.

Não chamou-me de amigo

Durante os meus poucos anos de vida

E agora, mergulha-se em lágrimas falsas

Durante a minha inumação?

Dando o seu abraço flácido e desanimado

Sobre a minha pele gelada

Enquanto me implora

O poder do perdão?

Bem, aonde encontro-me

Não consigo responder-lhe

E de onde você está

Nem a sua própria alma crê

Em tamanha atuação.

Pede-me desculpas com a mesma boca

Que um dia

Proferiu navalhas verbais

Contra quem lhe abraçou e chamou de irmão.

Meu caro...

Definhara aos poucos

Com o sentimento de culpa

Corroendo-lhe a alma, depois o corpo.