O último sorriso
Como os sonhos podem se tornar realidade,
se o espirito não é capaz de descansar em paz,
se as virtudes se esconderam pelo medo,
se o que restou foi o receio de não ser capaz de realizar os próprios desejos.
A pureza de um instante, a esperança por algo tão distante,
a tristeza é capaz de revelar toda a repulsa,
de quem se perdeu consigo mesmo tentando se libertar de tanta culpa,
passos tortos por um caminho sem curva,
sentimentos que não podem ser calados pela natureza,
que necessitam da mão sagrada de Deus para resplandecer,
a ternura de um amor incompreendido,
não sabe agora se o que te excita, fortalece ou corrompe o seu espírito...
Percebo a luz se tornando cada vez mais fraca,
enquanto gritos de euforia parecem tentar reacender a chama,
como pode o amor ser a causa da dor daquele que ainda ama?
Vivendo como se não fosse ninguém,
a mente vaga em anseios tão impuros,
universos paralelos criados dentro de um ser,
distorcidos como repouso, um sublime descanso num céu noturno...
Por que você ainda se esconde?
Se você ouvir a minha voz gritar seu nome,
se ouvir o meu espírito chamar o seu, será que você responde?
Ou vai fingir que nunca me conheceu?
Toda heresia que você profana, tornando o seu espírito imundo,
ficou para trás a criança em seu jardim,
qual é agora o tempo no seu mundo?
Um dia sorrimos juntos pela última vez...