Deixa

. . . Ninguém perde o outro assim de uma vez, sabe?!

Repentinamente, entende?! Estas coisas acontecem

gradativamente, lentamente. As vezes é um processo

tão longo, doloroso e desgastante. E você sabe que

um dos grandes vilões são: A insensibilidade e/ou

a perda da capacidade de ouvir, de escutar ?

. . . De entender o outro, de se colocar no lugar do outro,

a incapacidade de fazer acordos, ceder, e se adaptar

quando necessário, a falta de amizade, o esfriamento

da paixão e do amor, os erros constantes sem uma real

demonstração de mudanças para melhor . . .

Em fim, são tantas coisas que a lista parece não ter um fim.

Vou resumir todas elas em uma palavra chula: Burrice.

É! Deixar de ser burro e valorizar o outro, é! Ajudar, incentivar,

apoiar, encorajar, investir nas qualidades, talentos, habilidades,

e em tudo de bom que o outro tenha, seja ou possa se tornar.

Ser como uma escada, um socorro, um porto seguro. E nos

momentos difíceis, no dia mau, na luta, na derrota, nos erros,

nos fracassos, nas incapacidades, na vergonha, ser

intencionalmente o amparo, o alicerce, o socorro, o abraço,

o colo. Incentivar nas qualidades, ajudar nas dificuldades.

Ou você faz isso, ou deixa ele(a) ir. . . Deixa ele(a) ser feliz, deixa.

Ou deixa de burrice, ou deixa ir.

Mas deixa.

Deixa!

Ilhéus, 23 de Maio.de 2020. BA.