-Ser-

Dirigindo à beira da estrada. O vento acaricia meu rosto, meus cabelos ressoam com a voz do mar, o sol encanta a todos com sua aurora matinal. Mas também interrompe a hibernaçao diária dos não despertos. E assim, o ecossistema segue seu ciclo contínuo de vida e morbidade.

O frágil broto que mucha ao sofrer com a resplandecencia solar. Cada minuto só transparece a agonia da dependencia e luta pela vida daquele pequeno ser.

Eu observo com pensamentos enclasurados em meu peito. Até que ponto a indiferença mata?

Sentimentos. Nada mais que ilusões que permeiam a mente humana. Meros frutos de conexoes neurais e homônios. Como um processo tão frio e tao restrito a pequenez que somos pode tomar dimensões tão gigantescas a ponto de nortear decisões irreversíveis?

O amor, a dor, a tristeza, a incerteza, a felicidade. O amago do meu ser clama pelo desencarceirar dessas correntes de angustia. Mas ao mesmo tempo sou escrava deles como a plantinha mucha destruida pelo mesmo sol que a alimenta.

Me pergunto se um dia o destino lhe desse voz, o que essa pequena criatura me diria.

Valeu a pena? Indagaria.

Imagino q o minusculo ser penderia para o lado, sorriria para mim e se libertaria do seu talhe com um último suspiro.

O vento acaricia minha face, o carro desacelera lentamente, abro a porta. Sinto a grama nas minhas pernas. Dou trés passos. Abro os braços. Fecho os olhos. E Sou.

Nan na
Enviado por Nan na em 13/05/2020
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