ANTES, DURANTE E DEPOIS
A evolução é lei natural, e nela se desenvolve, progressivamente o conhecimento, que é construído através da racionalidade, esta, uma propriedade intrínseca e exclusiva do ser humano, aqui no nosso Planeta. A capacidade racional se instalou no intelecto de Adão (homem símbolo), no exato momento em que ele “acordou” do “sono profundo” (período em que não possuía a racionalidade e era igual aos outros animais, vivendo no “paraíso”, que é o mundo dos irracionais, onde não existe o conhecimento do bem e do mal).
A partir desse momento, o nosso símbolo primordial, Adão, passou a ter o conhecimento do bem e do mal, cujo atributo tornou-se uma qualidade permanente, que passaria a ser exercitada ao longo da sua vida. Nessa mesma ocasião, instalaram-se no interior de Adão, que se tornou uma hospedaria, três hóspedes: o espírito Natural, que orienta as suas inclinações para a preservação da sua própria vida, e para a propagação da sua espécie através da reprodução, bem como a sua pretensão de se apropriar das coisas que lhe agradem ou lhe sejam convenientes; o espírito do Bem, que o incentiva a agir sob a influência de todos os predicados compatíveis com o amor e a bondade; e o espírito do Mal, que o estimula a satisfazer os seus desejos e conveniências de qualquer maneira, ignorando a própria consciência do Bem.
Todas essas características são intrínsecas e imanentes, como propriedades permanentes e intransferíveis dos seres humanos, nos quais a predominância dos seus espíritos já se encontra definida desde antes da fundação do mundo, impregnada nas sementes do ovo cósmico, com todas as informações para a sua exteriorização em todas as circunstâncias do passado, do presente e do futuro (o que é, já foi, e o que será, também já foi), o que significa que nada, absolutamente nada, será modificado por quaisquer circunstâncias, em tempo algum, naquilo que estiver contido nas sementes do ovo cósmico.
O pedaço da história pregressa da humanidade, que podemos alcançar, e o presente do qual desfrutamos, nos revelam com clareza, o que nós fomos, o que nós somos, e nos permite avaliar com segurança, o que nós seremos, antes, durante e depois da quarentena do coronavírus. A MESMA COISA. O Trigo continuará a ser Trigo, o Joio continuará a ser Joio, e a humanidade, como um todo, continuará a ser comandada pelo joio, sempre cometendo os mesmos erros, mais sofisticados no decorrer do tempo, mas sempre baseados na escola de Caim. A Natureza é imutável, e nela, nada se cria, nada se perde, tudo se transforma, infinitamente... Um círculo vicioso que não tem início e não tem fim...
Afinal, por que a humanidade não aprende? A evolução do conhecimento racional está incluída nas sementes contidas no ovo cósmico, mas ali não se encontra a semente da Sabedoria, uma espécie que é produzida em “laboratório”, e introduzida como uma “enxertia” na racionalidade, mas apenas no Trigo, pois no Joio ela não germina de forma alguma. O “laboratório” que produz a semente da Sabedoria chama-se Graça, e a “enxertia” se processa, única e exclusivamente no novo nascimento, o exato momento em que ocorre a metamorfose, pela qual o Espírito assume o controle e direção, em lugar da racionalidade. Esse momento registra o retorno ao “paraíso”, onde a racionalidade jamais poderá penetrar. Aos intelectuais é conferido o benefício do conhecimento racional, acompanhado das benesses do mundo material, e aos nascidos de novo, a concessão é o privilégio da Sabedoria, acompanhada do castigo da solidão. O paradoxo que consolida êxtases individuais e opostos, e reciprocamente inacessíveis e insociáveis.
Os eventos e circunstâncias espirituais são loucura para a racionalidade, porque não pode compreendê-los, e os eventos e circunstâncias da racionalidade, são loucura para o espírito, exatamente porque ele os compreende muito bem.