A CONSCIÊNCIA DA VERGONHA
"Quem não tem vergonha não tem consciência"
(Thomas Fuller)
Quão grande ofensa que à ela então se faz!
Do que se segue, como vagabundo, neste seu modo de vida
Tão diverso à real ética... e ao darma da Vida
Pelo que não dela bem trata ou dignamente cuida
É como diz a popular gíria:
"Não está nem aí!"
Ai! Impossível, pela frente, não ouvir a voz da sentença:
"Culpado"
Deve-se, pois à Vida a quem não a trata com dignidade ou brio
No entanto, vede tantos que assim nela atravessam
(Sem nenhuma honra)
E, assim, com loucos, permitem a que deles fujam... a Vida
Ou, em verdade... vivos não s'encontram?
Por piedade (de vós mesmos), oh! não deixem a Vida dar o fora
Vós que, sempre, ao mal cegamente... s'entregam
Como a se crer que a Vida não os vê...
E, deste modo, abrem em vossas almas a chaga do tiro
[que contra vós mesmos deram... por viverem... "de qualquer jeito"
Oh! Poderia morrer de vergonha a alma pelo que ignominioso s'é?
E, acaso teria alma quem só vive... "vergonhosamente"?
Do que não tem vergonha do que se faz ou como... se vive
(Ou diz que vive!)
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11 de Maio de 2020