PELAS LENTES DO AMOR
E haja visto o mundo , haja visto o Brasil ...
Desde antes do país ser uma criança imaculada , as intenções colonialistas ecoavam pelo ar , rompendo mares , invadindo terras e pondo sorrisos na boca de reis e rainhas , dinastias a fio . E nunca , ainda que por um breve segundo , importou-lhes as lágrimas , as negociações - sempre escusas , sob o favorecimento eterno do braço maior - , a possibilidade de exclusão de etnias , culturas , aprendizados , nem as descobertas . Todos os livros de História em que vimos estudando sempre nos contaram essa mesma opereta bufa , com raríssimas exceções .
Mas então chegamos ao promissor e esplendoroso século vinte e um , ornamentado pelas belezas da informatização . E o que foi que mudou ? Rigorosamente , nada ! Vivemos as eras das grandes empresas , das grandes lideranças . E somos açoitados , recuperados e imbecilizados , dia e noite , ano após ano . Mais do que um fato . Toda a nossa estrutura de funcionamento , enquanto nação , foi corroída e sucateada ao longo dos tempos , ensaios eternos do jogo escravos de Jó e ainda nos engabelaram, pregando “um ritmo progressista” , metendo as mãos , descaradamente , nos nossos bolsos , nas nossas contas bancárias . O pandemônio instalado, histórico sócio econômico .
E por que seguiram fuçando demais o DNA humano , terminaram encontrando “o monstro gigante por detrás do armário” , a doença mundial para a qual a nova medicina ainda não conseguiu frear . Pandemia . Desespero . Paralização . Desemprego . Falta de dinheiro . Fome . Autoritarismos . Dissidências . Politicagens e politiquices . “A humanidade ameaçada ? Ora , ora , isso tudo é uma grande bobagem ...” Daí , temos uma salada de frutas aterrorizante e indigesta .
Não se trata da primeira , nem da segunda palavra , por elas a situação definida . Por todas as nossas não atitudes , inauguramos a era da PANDEMONIA , um neologismo que veio a caber muito mais em nossa realidade . Se vamos permanecer abraçados por suas fronteiras durante muito tempo ? Nem imaginamos . O que de certo posso escrever é que os ares estão para os despertos . Até porque a esperteza desmedida nunca nos fez sair do chão por um centímetro sequer . E isso, a História também já nos mostrou .