Bonita
Olha-se no espelho
com luz meio acesa
crescentes ruídos
tinta vermelha,
te desafiam, sei e vens
com anéis de fúria
se desfaz.
Mas por se olhar no espelho
e achar-se no espelho como coisa tão
bela pensa então
vida, paródia e leis de atração
com cores neutras
não se deleita
e o azul do céu
com pôr de sol laranja
se vê bonita
e busca fugir
serena planta.
Seus ares de pavor no lago não refletem
por isso se sente bonita
em gotas frescas de orvalho
é se como a perguntasse
o que faz sentido e o que está sentindo.
Então, em teus olhos resposta
que naquele dia brilhavam como constelação
sem palavras, muda e trancafiada
presa e solta
em seu pote de vidro
se impressionaria se lhe dissessem
que em um dia tudo fez sentido.
E que ainda no meio de um rio
e na contramão
vê-se bonita
a segurar um cordão
e com cheiro de lavanda entre os dedos
bela era e está
porque se te conheço
ainda vives a sonhar
Auto descreve-se como vencida
ousadia parece considerar
que és bonita e que enfim não há
alguém que veja tua beleza
que te pertença
e com ar destreza
azul do mar
Infinito das cores do silêncio
e as paredes que cochicham
seus pensamentos
pois só em sonhos é a brisa
pois só em sonhos eu lhe tinha
és sim bonita
e brilhas
sua cor emudece-me e comigo brinca.
Doce baunilha.
Se no espelho danças
como fita
bravo!
és como menina
leve, menina
desatina.
Se olhou no espelho
naquele dia
e descobriu
era vazia
se olhou no espelho
sem nem pensar
se eras bonita
bonita
mas o teu cheiro por si falava
tu bonita como ar.
És como fita
me enlaças
há dias.
És sim mais bela que poesia.
E se enxergasse o que eu vejo
se arderia em desejo
pois vivo em ti
e não lhe tenho
sou você e ainda assim lhe temo.
Sou um reflexo
sua alma
e quando falas sinto surpresa
pois é bonita tua natureza.
Vestida em cores
Tua alma exala
cheiro cítrico
e frequências raras
com harmonia vejo-te andar
és bonita e igual a ti nao há.