Destino
Quem acredita em "fins" e "acaso" no universo; quem se esconde por trás desses conceitos não está pronto para morrer ainda, isto é, perder o controle, deixar-se guiar pelo que é. Para quem imagina como se vê, já viajou pelo abismo dos gigantes resplandecentes, sabe que aquilo que pensamos é muito pequeno perto de quem somos. Ali, nosso coração se cala, fórmula nenhuma jamais vai compreender tal absurdo de beleza assustadora. O universo não é nada do que possamos pensar e imaginar, é mais estranho do que todas as estrenhezas, pois somos nós que vemos nele essa estranha beleza. Somos uma parte de um mistério que nós mesmos nos interrogamos, perplexos; pois vivemos, estamos conscientes, existimos. Como?
Se isso não é o bastante para abrir seu coração, então só a morte vai lhe revelar a vida...
Gosto da palavra "Destino", mas não a uso por estar carregada de um sentido demasiado humano, cheio de determinação e predeterminação; Destino para mim é aquilo que não pode ser de outro jeito, não porque estava escrito, e sim, porque é.
Quando encontrarmos a vida que desejamos, a vida que deveria ser, então será o fim da nossa espécie. Talvez algum tipo de inteligência sistemática, qualquer coisa próximo de um robô, seja nosso futuro descendente. E nós, ah, feliz de quem abriu seu coraçao, e morreu antes de morrer...