E então, quem é quem?

Mas....e aquele que se apresentou tão sólido de carácter! Tão logo subiu ao trono - mais desejado que os encantos da mais desejada das ninfas -, sim, tão logo subiu ao trono, escancarou sua verdadeira face. Bem.... é verdade que somente poucos notaram. Havia, creiam, havia muita gente que deliberadamente se recusava em tirar as ventas dos olhos. E assim a vida avançou. E veio a pandemia. E mortes cresciam a cada dia. E havia os que teimavam em manter as ventas. E assim os números aumentavam, mais órfãos assumiam essa nova identidade. E os teimosos de ventas nos olhos, se recusavam ver a realidade. E eis que tudo muda. Homens de bem se revelam podres. Em suas leivosias e escárnios, atacam-se como se o oponente fosse a encarnação de todos os males, porém, e a bem da verdade todos, não se diferem em nada: são a face de uma mesma moeda, cujo valor, se é que tem, consiste em denunciar a hipocrisia que reina no reino da desfaçatez. Escancaram a todos, cada qual com sua plateia, os vícios do oponente. E tudo assim segue. Nada parece se alterar; é como se o que resta na outra esquina pertencesse a uma outra realidade; é como se a realidade de outra dimensão estivesse aqui, presente, deixando suas marcas e crateras. O espetáculo estreou. A plateia, cada qual de cada lado, vocifera suas hipocrisias; a pandemia avança.....