Rio de Janeiro: um caso de amor medroso

O que é o Rio de Janeiro para mim?

É amor ou ódio?

É medo ou segurança?

É solidão ou companhia?

E o que é, me pergunto?

É um quero, não quero; um breve, um para sempre; um tão logo, nem tão cedo.

Que vozes oposta, falam incessantemente na minha cabeça!

Rio é tensão, criminalidade, horas e horas de trabalho, estresse, insônia, olheiras, lágrimas, desigualdades sociais;

Rio é praia, família, amigos, alegria, chinelo e biquini sempre ao alcance, é pisar na areia e sentir a paz da brisa do mar, é ter abraço apertado, afago, história, paixão;

E o que foi que eles roubaram de mim? Foi um carro? materiais médicos? documentos? dinheiro? Não! Isso passa.

O roubo do tesão nacionalista e do amor pela cidade e pelo meu país, é o que mais importou. Quero sair da escuridão do luto e ver de volta o colorido da cidade que sempre amei.

E as respostas começam a vir, ainda inseguras, tímidas, se escondendo às vezes, mas elas vêm vindo, aos poucos;

É amor.

É ter medo, mas acompanhado de abraços de suporte.

É companhia.

É um quero, para sempre, porém nem tão cedo.

Preciso reconfigurar o medo. Vencer a insegurança, violência e criminalidade com amor, empatia, respeito, desapego.

É mantendo a confiança nas pessoas, rezando, escutando, perdoando; é não se deixando contaminar pela intolerância.

Rio de Janeiro, eu te amo. Não posso e não quero te deixar.

Tenho fé e vou a luta para vencer meus medos e dificuldades, para poder então tentar contribuir cada vez mais para a paz nessa “Cidade Maravilhosa, cheia de encantos mil”.

Renata Cunha
Enviado por Renata Cunha em 28/04/2020
Código do texto: T6931080
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