E mais uma vez, o paradoxo do conhecimento

Eu olho para os meus livros e penso, onde está a resposta, se é que existe. Eu ponho papel na caneta ou caneta no papel? Nem um dos dois, pois através de bits, em volto de todo um algoritmo, eu escrevo. Penso, as informações se dão ou dão informações? Penso, se existe um mundo para além do sensível, um mundo para além dos sentidos, um mundo para além da tangente mente racional como régua da realidade subjetiva, até então, não existe para além dela. Eu uso as palavras para pensar, em português eu escrevo e penso, pero podría ser en español, yo pienso, o que existe de fato para além das letras, ideias são fezes de um cérebro, vejamos, uma ideia é produto de sinapses elétricas e químicas, conexões neurais que acontecem através da ponte neural que liga dois neurônios e etc e etc., que por sua vez, são constituídos de moléculas e que por sua vez são constituídos de átomos, a natureza não se quebra? Ela se quantifica? Existe pontos cegos? Não, para além de nós não, não existe alelos perdidos, existe uma linha longa de evolução, com várias ramificações em espécies, famílias e por fim populações, traçar toda uma evolução não só não é possível, como não é necessária, você não precisa ver diretamente que um carro atravessou a ponte, se você viu ele entrando nela e saindo, você pode deduzir e estipular que sim, ele atravessou a ponte. E assim vou tentando exemplificar o que me passa em mente e ao mesmo tempo não parecer tão tolo. Vejo também, que a tolice não é de todo mal, a tolice as vezes é útil para nos ensinar, que a tolice é a mais pura forma humana de se expressar, buscando felicidade em contos e fábulas, mas as fábulas não são literais, existe problema de leitura e existe interpretação de mais, dosar o "certo" e o "errado"? Deixemos por enquanto a pura lógica aristotélica, pensemos, necessitamos de fato de um método com todo um rigor estatístico e um método que faça todo o sentido lógico do tipo, A é A e A não é B, nos parece lógico pensar desta forma e é, mas quando pensamos, amor é amor e ódio é ódio, as coisas já começam a se entrelaçar como partículas quânticas com seus determinados spin e uma terceira pessoa no caso, invertemos o spin de uma e a da outra já foi, quem seria o terceiro elemento, pois bem, o que nos leva a amar? Amamos alguém ou uma ideia? Obviamente amamos alguém, não, não, pois bem amigos, amamos uma ideia e isso já é dito por Platão há 400ac, bem, então se amamos alguém, o que te faria pensar que ama um ser de que tu, não tens um mês de conversa? O que seria o ser alguém? O que seria o outro? O que é você? Então vamos com calma e vamos acalmando os ideais românticos, como até o próprio Nietzsche criticou, mas não precisamos ir tão longe para lembrarmos que amamos uma ideia, uma ausência, uma lacuna do ser em não ter ou ser, lembremos de Lacan, psicanalista Francês que afirmou isso que acabei de afirmar. Vamos destruindo ideais em formas de ideias por um fetiche cruel da verdade? Isto não é romântico? A clássica questão, red pill or blue pill? Vou acalmando a alma e descobrindo que o desejo que move a alma é o desejo da morte, o sono eterno e sem volta? O que existe para além de nós? Calma, calma, vamos com o mais elementar, o que é a consciência? Ah não, calma, calma? Temos tantas perguntas e tão poucas respostas que não me resta portas, para a atravessar? A onde está os Leões de Daniel? Em uma mente em delírio como Richard Dawkins falaria ou em uma mente que alcançou o ser palavra empregada por mim, para expressar a coragem recém aprendida por mim, coragem é, vencer seus medos e desejos e vencer é ter sobre controle, o básico que tantos tem, os poucos que procuram a verdade, que encontram a resposta, que aceitar e perder é viver, como Fernando Pessoa falaria, será tão simples assim? O suprassensível de Kant se faz, tanto faz se existe de fato, já que a mente cria realidade, para fora dela não, me poupe homem, com sua pseudociência, mecânica quântica não é isso, a matemática é suficiente? Mais elementar caro Watson, a mente é suficiente? Em um mais recente aforismo cheguei a seguinte conclusão que de longe é minha, não existe nada para além da mente, nada além de um cérebro pensante e de lacunas de conhecimento, que não é tão inteligente responder uma ausência de saber com outra, como eu disse, a ausência é burra. Voltando a Epíteto, aos versos de ouro de Pitágoras, esqueçam as mais recentes autoajudas, não comam fezes, tudo o que existe para além do que conhecemos são "delírios" de uma mente pensante? Delírios não são, pois são ideias racionais, organizadas, interligadas, pois é, um louco pensa o mesmo, toda a certeza cai por terra com o ceticismo? Não, pois temos a probabilidade, mas probabilidade não é certeza, assim como tudo o que temos, mas que não tira o valor, de longe, da melhor ferramenta que temos, a ciência, pois bem, o que não faz necessário um sábio? Tudo o que temos até agora é esta vida? O que tenho até agora são perguntas, então que aproveitemos o pano de fundo em que as perguntas surgem, para alimentar uma mente pensante e nada melhor do que a grande aliada, a literatura. Quanto mais devaneios tenho, que não são devaneios, pois se fazem conclusões nas mentes daqueles que leem, mas na minha mente, a cada conclusão, mil outras desconclusões aparecem.

Criado:05/03/2020

Oaj Oluap
Enviado por Oaj Oluap em 26/04/2020
Reeditado em 03/07/2022
Código do texto: T6928752
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