RESPONSABILIDADE
Expostos ao mundo real e a era das mídias sociais na conquista das necessidades elementares de sobrevivência, somos responsáveis por nossa própria vida, errando para acertar, justificando as atribuições por suas inferências inseparáveis da realidade.
Em meio a uma endemia global que ninguém desejou, mas, que afeta toda a humanidade, como está decorrendo a vida de cada um de nós?
Qual é o melhor refrão para adotar diante das circunstâncias atuais, quando a mídia mundial concentra sua atenção numa doença misteriosa e letal, e os governos avaliam as perdas de vida em relação aos custos para prover meios de embate e proteção contra o avanço do vírus, ao mesmo tempo, em que alavanca as contingências porvir das consequências econômicas e geopolíticas? Não se fala mais de outras coisas além do perigo de contágio, enfrentamento de risco, de infecções confirmadas e de mortes sucedidas, como se não houvessem outras patologias.
Enquanto isso, populações são confinadas e famílias reunidas, socialização espaçada, ocupações esvaziadas e sobrevivência espremida. Até a arte se escondeu da vida, limitada à apresentação resiliente e isolada angariando auxílio para aliviar o sofrimento geral e suster o ânimo desalentado e arrefecido pela realidade surpreendente e indescritível.
Diante de tanto ouvir, ver e sofrer, o que podemos dizer para descrever o que não nos foi dado o conhecimento de saber? Entre o que foi dito, assumido e outras versões destoando sobre o acontecido, alguns, pensam no intáctil subjetivo alegando a correlação de antigas previsões de acontecimentos descritos.
É muito ruído e falado, ignorando a fortaleza humana em permanecer presente diante do infortúnio, cuidando da dificuldade que cada momento traz, eliminando o obstáculo do caminho, substituindo o medo pela ponderação, o sofrimento pelo aprendizado, as perdas em recomeço e a vontade em realizar. Demais, se falar provesse mais do que ouvir, não teríamos dois ouvidos.
O espaço entre o que queremos e o que obtemos é proporcional à nossa resistência e perseverança diante do desalento. Devemos ser fortes e estreitar essa distância usando a nossa energia, deixando de lado a intuição e fortalecendo as fraquezas que frustram a vontade, sem permitir que o medo se torne num impedimento no caminho da libertação, do desenvolvimento e do auto conhecimento, na certeza da oportunidade de aprendizagem em cada dificuldade, não hesitando no que pode ser feito.
Apesar de tudo o que estamos evidenciando e sentindo, temos muitos motivos para viver. Por isso, superamos tudo.