Velha canção
Hoje amanheci com uma velha canção nos lábios. Nem lembro direito a letra, mas parece-me que era assim:
"Ninguém me ama, ninguém me quer
Ninguém me chama, de meu amor
A vida passa...e eu sem ninguém
Ninguém me abraça, nem me quer bem
Vim pela noite tão longa, de fracasso em fracasso
E hoje, distante de tudo, só me resta o cansaço
Cansaço da vida, cansaço de mim
Velhice chegando e eu chegando ao fim"
Nostalgicamente, analisando a melodia, percebi quão carregada de decepção é essa letra.
Senti uma infinita pena de pessoas, que como a personagem desta canção, permanecem solitárias. Que ao longo de uma vida não souberam ou não conseguiram construir raízes embasadas em afetos verdadeiros. O amor, plantado na família, nos amigos, na comunidade, é antídoto para a depressão e para a sensação de inutilidade, que podem assolar aquele que não definiu como importantes esses valores, ao longo de uma vida.
Mas, sempre é tempo de recomeçar, como sabiamente dizia alguém: -"Hoje é o primeiro dia do resto da minha vida". Se não posso reescrever o passado, por que não escrever o futuro com cores mais vivas e brilhantes?