Saudade de você, moça
No frio de um pensamento distante imaginei sua voz.
Suave, calma, serena... quase um sussurro de paz e tranquilidade.
Na distância de um pensamento lembrei de nós.
E pensei na sua mensagem que me chamava de “saudade”.
Quando tudo está quieto apenas lembro de uma música.
Acho que era uma música que quase ninguém gosta.
Mas você gostava. Minha paixão era saber que você é única.
Ainda bem que é, porque foi isso que eu ganhei numa aposta.
Acho que tanto tempo longe me deixou assim.
Assim como quem não quer nada com ninguém.
Estava lendo um antigo livro quando ouvi.
Ouvi a voz da simplicidade que perguntava “que horas tem?”
Não há mais tempo. Nem mesmo há distância.
A hora que estávamos dançando na praia já se foi.
Me sinto confortável em te conquistar com minha implicância.
E um pouco receoso de você responder a tudo isso com um simples “oi”.
Quanto tempo! Olha só quem encontrei por aqui.
O velho eu adolescente, intransigente e afoito.
Aquele jovem indeciso que nunca soube bem se decidir.
Se era amor ou amizade, se era bolacha ou biscoito.
Livros!! Era isso mesmo que eu estava pensando.
Se pudesse te guardar em algum lugar, seria num livro.
Um romance dos anos 90 onde a moça está sonhando.
Procurando seu lugar num mundo que está bem esquisito.
A vida é um filme, estamos aqui até tentando criar um clima.
A vida é um filme, e ainda estamos tentando imaginar o final.
Não houve a reviravolta que eu gosto, nem as estrelas que você admira.
Não houve qualquer indício de que possamos ver isso de um jeito normal.
Até aqui, é só isso. Senti falta de escrever algo para você sorrir.
Não lembro da última vez que rimos com vontade.
Dos problemas das ruas, da vontade de sair.
Só lembro que estava frio. Estava distante. Estava com saudade.