Esquina amarela
marca um tempo
na ponta dos dedos
lembrança aquela
da esquina amarela
construções velhas
criando becos
de ter medo
do vento da serra
ruas que cantam
assobio
tem poça de lama
um desvio
histórias e cantos
se dissecam
vielas e nelas
carroça de burro
sair pelo muro
pulando janela
lixo nas calçadas
cestos vazios
paredes pichadas
de xibiu
cigarros roubados
dunhill
fumaça na serra
tremendo a rua
igual gelo seco
não gela
morro que termina
dando pra lua
como a vista
da equina amarela