Dependência emocional
Acordar ansiando pela hora de dormir. Vegetar durante todo o dia, orbitando ao redor de alguém e seus caprichos. Perder o amor próprio e as vontades individuais. Se afastar dos amigos e não confiar em absolutamente ninguém além da própria pessoa que te causa dor.
Aceitas situações inaceitáveis por amor, mas também por medo de ficar sozinha. Não aceitar a própria companhia como uma companhia. Não saber ser produtiva e não ter concentração para fazer absolutamente nada que seja sozinha.
Isso é dependência emocional
Sua vida e seus planos param, apenas para assistir e acompanhar os planos de outro. Você tira o protagonismo da própria vida e entrega a um outro alguém.
Você chora todos os dias ao lembrar das coisas que passou e que ainda assim continua lá.
Você percebe que a vida da outra pessoa não parou e nem pararia por um segundo sequer com a sua ausência.
Você aprende a distinguir o que é amor do que é doença.
Amar é bom, mas ser desrespeitado é ruim. Ser humilhado é ruim. Ser exposto é ruim.
Amar é bom, mais ser ridicularizada perante seus amigos e familiares é ruim.
Amar é bom, mas perder um semestre na faculdade por estar sendo praticamente uma morta-viva sempre atrás das migalhas de alguém, é ruim.
É uma doença clinica, difícil de ser curada, mas eu começo meu processo hoje e esse aqui vai ser meu diário.
Dependência emocional mata. Não com a rapidez de uma bala perdida, mas como o silêncio do diabetes. Dia após dia você vai vendo seu rosto envelhecer anos em meses.
Você perde a vontade de viver e esquece completamente o significado da palavra: esperança.
E tudo isso se torna pior, quando o algo da sua independência emocional, sabe que você é dependente e que dificilmente irá embora.
As pessoas se acostumam a ter você ali, do lado, não importando o que elas façam com você.
E depois ? Basta pedir desculpas. Porque isso com certeza irá resolver tudo.
E se você trazer à superfície toda essa angústia e mágoas que carrega, saiba que irá escutar “ você precisa esquecer o passado” ou “ você é muito exagerada”.
Ninguém sente suas dores, muito menos aquele que as causa.
Onde irei voltar daqui um mês e espero ficar triste por ler essas palavras, mas feliz por estar finalmente me curando.
Eu já fui e já voltei tantas vezes que acabei lhe concedendo a autorização para que me desrespeitassem. Afinal, se eu mesma não me respeito, quem vai ?
Amar é leve e é isso que eu espero da vida.
E espero também ressignificar a palavra “própria”. Para que ela se refira novamente a mim.