CORONAVIRUS: ENTERREM MEU CORAÇÃO NA CURVA DO RIO
Não sou candidato a nada, mas meu peito é do contra, como diz João Bosco. O texto abaixo é apenas um desabafo, pois não sou ambientalista, nem filósofo, muito menos historiador ou sociólogo.
“ENTERREM MEU CORAÇÃO NA CURVA DO RIO”
“Um dia a Terra vai adoecer. Os pássaros cairão do céu, os mares vão escurecer e os peixes aparecerão mortos na correnteza dos rios. Quando esse dia chegar, os índios perderão seu espírito. Mas vão recuperá-lo para ensinar o homem branco a reverência pela sagrada Terra. Aí, então, todas as raças vão se unir sob o símbolo do arco-íris, para terminar com a destruição. Será o tempo dos Guerreiros do Arco-íris".
Profecia decretada há mais de 200 anos pela indígena Olhos de Fogo, nação Cree, dos Estados Unidos da América.
Escolhi comentar sobre o livro com o título acima por considerar que o momento obriga-nos a repensar nossa relação com a Terra, esse pequeno planeta em que vivemos. Desde a origem dos tempos conhecidos é notória que só subsistimos alterando a natureza e, pior ainda, desrespeitando-a. Como lutadores desleais, usamos golpes baixos para “beneficiar-nos”. Extinguimos inúmeras espécies de animais, intoxicamos nossas criações e plantações com alimentos transgênicos, esquecemos como é viver uma vida respeitando nosso “habitat”, transformando-o como se fossemos o único propósito da existência da Terra. Ao contrário, temos condição de, praticamente, destruir nosso mundo. Estamos vivenciando uma possibilidade de sermos banidos dele por seres microscópicos.
Em plena era de uma ciência que avança a grande velocidade, continuamos com o mesmo espírito de sempre subjugar o ambiente aos nossos caprichos. A vida é um conceito muito amplo, mas ficamos cegos a ponto de não ver que não estamos sós no planeta. É um egoísmo de uma espécie, de uma raça. Podemos hoje, com esse isolamento social, constatar que somos a praga do planeta. Sujamos onde vivemos, criamos uma infinidade de coisas que agora olhamos sem poder utilizá-las. Voltaremos a viver “normalmente”? O tempo dirá. Pelo menos os outros seres vão muito bem com a nossa ausência. Lembrem -se que muitas civilizações já passaram por aqui e não será a nossa melhor que as anteriores. Tenho minhas dúvidas se conseguiríamos construir pirâmide como Quéops ou cidades como Machu Pichu, ou Chichén Itzá, ou incontáveis vestígios de outras épocas cujas pessoas também se consideravam eternos.
Paulo Miorim 21/04/2020