RAZOABILIDADE
O nosso ideal é significar a vida agindo de maneira moral e ética, mantendo nossos compromissos, buscando prosperidade de maneira virtuosa e justa, empregando nossos ganhos no bem-estar numa experiência iluminada pela forma sensata e equilibrada de decidir e julgar, fazendo o bem sem depender do resultado, com o coração envolvido sem esperar recompensa que nos sujeite à casualização.
Contudo, como conseguir tais metas impecáveis diante da mutabilidade da própria índole do caráter humano em sua importância, complexidade, natureza e totalidade, num ambiente dinâmico e sistematizado entre símbolos e sons, composto por muitos fatores e atores que entram e saem em nossa vida interagindo entre si, alterando nossos limites e os papeis que desempenhamos, aceitamos e apreciamos como o enredamento da multiplicidade de nossa experiência individual que influencia nossas emoções e comportamento e nos remete a uma falsa impressão de assimilação de essencialidade cultural de individualidade unificada que pode ser representada e entendida?
Na perspectiva estreita do conhecimento, a complexidade da vida humana é despercebida em um reducionismo aplicado através de várias imposições situacionais, prósperas ou adversas, num contexto sociopolítico amplo que nos dá o falso entendimento de principalidade aperfeiçoada de nosso saber procedente de nossa formação original, como um saber unificado, contrário aos ditames do grande Livro dos decálogos e da desambiguação, que se opõe à diminuição ou rebaixamento da curvatura, saliência ou o relevo do livre arbítrio do pensamento do ser em sua confiança inata.
Parece estranho e ilógico buscar conhecimentos para os quais a compreensão humana não foi intencionada, com tantas coisas a descobrir, explorar e aprender aqui mesmo na Terra, de modo a nos proteger de organismos desconhecidos, criando substâncias para contê-los e eliminá-los, melhorando nossa saúde; criar meios para o estudo sério das diferenças culturais; procurar novos métodos para entender o funcionamento de nosso cérebro e nosso organismo; explorar os mistérios dos oceanos; buscar por recursos que melhorem nosso bem-estar; proceder de maneira que contenha a devastação da flora diminuindo o avanço da erosão e desertificão, e da fauna, mantendo a cadeia alimentar equilibrada; o degelo natural ou, provocado, promovendo a sustentação do meio ambiente e a sobrevivência humana.
Porque buscar conhecimentos absurdos na ciência, empreendendo viagens espaciais e estudando sobre astros siderais a milhões de anos-luz de distância, perseguindo um conhecimento além do alcance da experiência para o qual nosso intelecto não foi projetado, assim, criando novas formas de intuição por meio do abstracionismo matemático?
Não devemos perder tempo com o dualismo de coisas que são e não são, contrárias a si mesmas e contraditórias! Precisamos parar a impraticabilidade do mal uso de tempo com empreendimentos, esforços e gastos financeiros astronômicos em teorias e projetos que nenhum experimento concebível pode confirmar, que não pode ser discernido por qualquer instrumento montável, devido aos seus paralelos serem muito distanciados. Em lugar disso, tentar aprofundar nosso entendimento através do que já está mais próximo de nós.
Vivemos numa cultura supérflua, que se acha iluminada e revela a redundância da sociedade moderna criando o que é excessivamente desnecessário em nossa vida e ambiente. De que vale o conhecimento científico e tecnológico supérfluo e despropositado adquirido, em lugar de um entendimento sólido, atualmente imprescindível, dos microrganismos patogênicos responsáveis pelas doenças infecciosas bacteriológicas, virológicas e micológicas diante de um organismo nefasto e pouco compreendido como o vírus Corona, que pode ser uma sequência que parasita nas reações de replicação do vírus inicial que se replica, se transfere e se degrada, contra o qual não temos, ainda, um medicamento de efeito intermediário comprovadamente eficaz, antes de o processo complexo de etapas para criar uma vacina imunizante feita de um agente enfraquecido ou morto do vírus?
Demais, essa dinâmica de esforço de risco e exaustivo do meio científico médico complexo e de disciplinas paralelas, ocorre no espaço dos interesses políticos e financeiros, além de uma enchente de informações falsas difundidas que prejudicam a saúde.
Na antiguidade, o julgamento conceitualizado era bem mais simples, a cerca de sete séculos antes da vinda de Yeshua ao mundo, no berço do conhecimento nascia o conceito do pensamento racional, que dois séculos depois passou a ser designado de filosofia, não tendo como atenção central o conhecimento enquanto conhecimento, preocupando-se sobre a cosmologia e a ontologia, pois, se baseava no que é conhecido através de sua exposição na presença e manifestação das coisas para os nossos sentidos humanos e o nosso pensamento dando significado ao estado de ser presente que podemos conhecer.
Na idade moderna, Albert Einstein propôs as bases das duas teorias, apesar de experimentais, mais bem-sucedidas da história, a mecânica quântica, que explica o eletromagnetismo e as forças nucleares, e a relatividade, que descreve a gravidade, ao mesmo tempo, nos legando o entendimento generalizado de que a ciência e o senso comum são incompatíveis, destruindo nosso consenso sobre como o mundo funciona e postulando que um elemento pode existir em mais de um lugar ao mesmo tempo, afirmando que os raios da realidade, o espaço e o tempo não são rígidos, mas elásticos desafiando nossos sentidos, assim, acentuando a perspectiva da razoabilidade à situação de dogma. Desse pensamento se origina a busca para encontrar uma única teoria unificada que explique tudo, desde o eletromagnetismo e as forças nucleares, de modo irregular e aleatório, à relatividade geral, que expressa a gravidade, de modo contínuo e determinístico.
Porém, todas essas teorias, especulações e o conflito de significado do ser humano entre sua mortalidade física e a fluidez de sua condição no universo, no presente imediato da endemia global que infecta e vitima muitos de nós são absurdas diante das verdadeiras e elementares necessidades humanas!