Em Tempos de Confinamento XX - Irracionalidade
Aqui, do meu posto de observação, algo ali fora me leva a perguntar quais seriam os elementos que fundamentam a irracionalidade?
A pessoa humana é um ser racional. Então, não estamos a querer classificar pessoas com a falta da faculdade do raciocínio ou com o suposto fato de não serem dotadas de razão, pois as estaríamos colocando no mesmo patamar dos animais e das feras. Por óbvio não seria esse o sentido.
Talvez queiramos admitir a ausência de razão no sentido da falta de lógica, de clareza de ideias, da clareza de pensamentos. Uma instância irracional traduzida por um ponto de vista, posição, ação, prática, uma “crença” sem o devido embasamento racional.
Referimos, pois, ao absurdo, no sentido da característica daquilo que é contrário à sensatez e ao bom senso, da desconformidade com os ditames da razão. Desta forma, obviamente, podemos admitir que se tenha algum indivíduo – ou um conjunto deles – que tenha algum defeito na sua capacidade de raciocinar, por qualquer motivo, mesmo um motivo circunstancial (talvez contaminado), que seja.
Há um consenso científico – com elementos racionais bem definidos –, uma
concordância ou uniformidade de opiniões da maioria dos membros de uma coletividade mundial sobre a maneira de se lidar com a crise pandêmica que estamos a sofrer.
O que pode levar à negação pura e simples da situação fática que está bem à frente dos olhos de todos e com uma asseveração da ciência, de crédito profundo, e que está arduamente trabalhando no seu combate, sem nenhuma aparente conspiração mundial – convenhamos –, senão uma ausência do compreender e do ponderar?
Senão uma irracionalidade humana?