O porquê existo
Eu não pertenço a nada e nada me pertence. Esse é o fluxo natural da vida. Porém, sou ainda como uma pluma perdida, vagando com o vento, sem saber para onde ir e de onde vim... Buscando o melhor lugar para pousar.
Significa que me perco diante do mundo, me perco nas guerras entre a paixão e o ódio. Entre o amor e a indiferença.
O esforço que existe em mim, para que eu não ultrapasse os limites do Movimento da vida, é enorme. Mesmo assim, ultrapasso, dentro de mim.
Talvez consiga encontrar meu lugar quando conseguir colocar em prática o não-esforço. Colocar em prática a beleza da espontaneidade.
A força da mais pura empatia e me completar apenas com a existência dos infinitos que por aí respiram.
Tudo isso sem pensar, sem tentar, sem me machucar. E até chegar lá, existe sim o árduo trabalho do crescimento.
Por hora viajo nas minhas próprias entranhas, choro lágrimas da não compreensão, vejo cores absurdamente maravilhosas saindo do todo, sinto cheiros que me fazem estremecer o corpo todo. Danço parada, levo a leveza no olhar e cravo ela com os dentes, não a deixo partir. Não quero perdê-la pelas impurezas desse mundo, por conta dos humanos sem amor no olhar.
Navego no meu próprio sangue. Sou minha própria filha, carregando o código de todos os meus ancestrais que formam todas as minhas características. Carregando o código do cosmos que me faz ser um com todas as outras vidas.
Meu coração se aperta todos os dias, todas as noites. Algo que não posso explicar com palavras... É muito além. É um aperto que mesmo que dolorido, não posso abrir mão. É ele que me motiva.
Eu sou esse aperto no meu coração...