De falsos heróis
Os prefeitos que, superestimando os poderes do Chinavírus, assinam decretos de restrição de inúmeras atividades econômicas, financiam (com dinheiro público, não se pode esquecer) a campanha Fique Em Casa, pensando, unicamente, no calendário eleitoral, apresentam-se como bravos e destemidos combatentes, heróis êmulos de Sansão e Davi e sábios da estirpe de Salomão. São, na verdade, bonecos de cera, criaturas despersonalizadas, que seguem o figurino que a condição do cargo lhes impõem, fantoches de indivíduos poderosos, malévolos, que os manipulam como bem entendem. Vendem ao público o Chinavírus como um ser demoníaco apocalíptico para se venderem como heróis cósmicos, entidades, se não divinas, de inteligência inspirada pelos deuses. Se dissessem que o Chinavírus não é o terrível anunciador do apocalipse, o temível Covid-19, filho da Morte, entidade infernal que irá ceifar a vida de mais de um milhão de brasileiros, eles não poderiam de si mesmos venderem para o público a imagem de heróis. Ou alguém duvida que a questão Chinavírus será explorada, pelos candidatos - os prefeitos à reeleição e os seus adversários -, nas eleições municipais deste ano?