O inverno chegou e aonde a esperaça está?

O inverno chegou, mas as nuvens não estão carregadas, o medo nos atrapalhou, não vimos o que estava a nossa frente: a esperança.

Esperança de ver que depois de tudo isso: quarentena, isolamento social, distanciamento, desemprego, fome. Nós nos unamos, esqueçamos as diferenças, terminemos as guerras, acabaremos com a ganância e possamos descongelar o coração e amar as pessoas.

Esperança que os políticos pensem no bem estar da população em geral, inclusive dos mais necessitados e não em usar o Estado para rachadinhas, corrupção, financiamento de empresas que só pensam em lucro de acionistas e não em repartir os lucros com os operários e trabalhadores.

Esperança que as religiões sirvam seu próposito maior de guiar o ser humano a encontrar a Deus, a paz e o amor e não dividir irmãos em guerras fanáticas para dizer que a verdade é a minha e não a dos outros. Que o líder espiritual não queira apenas arrancar o dinheiro dos fiéis enquanto vivem em mansões e tem terras em fazendas, enquanto o fiel vive mal com apenas o salário minimo.

Esperança que os apresentadores de programas policiais possam ajudar a polícia na solução de crimes em busca de justiça e não em fazer sensacionalismo e condenações públicas, antes de um julgamento justo.

Esperança que a imprensa seja livre, mas seja também responsável com a informação e não em busca de "assassinar reputações" de acordo com a conviniência de seu viés político, por trás do cunho editorial das suas matérias.

Esperança na ciência, na medicina, nos avanços científicos e não no achismo e "desafio" de lideranças e até de gente dos meios de comunicação em dizer que isso é apenas uma "gripezinha" e não uma pandemia invisível nanoscópica que afeta todos os países do mundo, seja de esquerda, de direita, centro, democracia ou ditadura.

O inverno chegou, mas talvez o verão nunca mais venha a ser como antes. Nunca mais olharemos as pessoas com o mesmo olhar. Talvez os abraços sejam necessários, mas raros. Os beijos intensos, mas escassos.

Os ricos e pobres andam na mesma rua, estão no mesmo iate, nas mesmas feiras, vilas e cidades. Por isso o vírus pode estar em qualquer lugar. Só nos resta a esperança para tudo isso passar.

Carlos Emanuel
Enviado por Carlos Emanuel em 11/04/2020
Reeditado em 11/04/2020
Código do texto: T6913683
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