ESCAPE

O mundo está cheio de distorção e evasão inflando nossas ilusões. Em nossa dissonância e instabilidade entre conflitos de conhecimento, criamos obstáculos sobre o mundo ao nosso redor permitindo que a turbulência nos controle, pois, somos pobres árbitros de nossas próprias emoções e desejos, mentido para nós mesmos para sentir-se melhor, em lugar de buscar nos conscientizar e filtrar nossos pensamentos de maneira produtiva separando o fato e a ficção em nossas vidas, para viver plenamente, experimentando a alegria e o mistério da experiência, iniciando um relacionamento verdadeiro e autêntico com nós mesmos e com os outros.

Não é incomum em nossa tendência equiparar nossa perspectiva com a verdade, considerando a nossa convicção como realidade ao justificar uma decisão, fazer julgamentos sobre as escolhas dos outros ou, ao argumentar em um conflito relacional, nos causando a perda da capacidade de ver as coisas da perspectiva de outra pessoa, embora não tenhamos a saliência da verdade. Então, para alcançar enxergar a nós mesmos, ao próximo e as situações mais claramente, comecemos a aceitar a possibilidade de estar mentindo para nós mesmos. Às vezes, sem perceber, acreditamos em nós mesmos! Esta é a zona de perigo!

Além disso, tal atitude pode nos levar a incorrer no risco maior de mencionar falsidades sobre Deus. Num mundo que celebra escândalo, vingança, ostensividade, dependência e servidão imposta, a cultura nos envia mensagens que contrastam com os ensinamentos de Jesus, que nos disse para buscar a pureza, perdoar e servir ao próximo.

O apóstolo Paulo escreveu sobre o orgulho espiritual e comentou: "Minha consciência está clara, mas isso não prova que estou certo. É o próprio Senhor quem me examinará e decidirá. ” (1 Coríntios 4: 4) Da mesma maneira, Jesus ensinou que devemos ter cuidado em tirar conclusões superficiais. Ele disse: "Olhe abaixo da superfície para poder julgar corretamente". (João 7:24)

Quando as pessoas não são motivadas pelo cuidado de sua própria confiabilidade, raramente sobrepesam suas imaginações ao se tratar de entender os outros, pois, seus corações são maliciosos.

Seria porque receamos um ao outro a razão de nos empoderarmos para julgar a vida do próximo? A vida do outro pode não ser apenas o que nos parece. A medida que damos é a medida que somos capazes de receber, porque ao julgarmos nos limitamos de forma correspondente.

Em Lucas 6:37 encontramos “Não julgue, e você não será julgado. Não condene, e você não será condenado. Perdoem, e serão perdoados.”

Em João 8:7 “Quando eles continuaram a questioná-lo, ele endireitou-se e disse-lhes: "Aquele que está sem pecado entre vós seja o primeiro a lançar uma pedra nela.";

Em Romanos 2:1 “ Portanto, você não tem desculpa, você que julga outro. Pois, por qualquer motivo que julgue o outro, você está se condenando, porque você que julga faz as mesmas coisas.”;

Em Tiago 4:11 “Irmãos, não caluniem um ao outro. Quem fala contra seu irmão ou o julga, fala contra a lei e a julga. E se você julga a Lei, você não é um praticante da Lei, mas um juiz dela”;

Em Coríntios 4:5 “Portanto, não julgue nada antes do tempo determinado; espere até que o Senhor venha. Ele trará à luz o que está oculto nas trevas e exporá os motivos do coração dos homens. Nesse momento, cada um receberá seu louvor de Deus.” ;

Nunca devemos conceituar integralmente o outro à luz do que ele faz ou deixa de fazer, mas conhecê-lo melhor para considerarmos o que o aflige, levando em conta que não teve as mesmas vantagens ou desventuras que tivemos, pois o coração do outro é um mundo oculto, não importa o quão perto esteja de nós.

Como um enigma, a crítica infundada deve ter raízes mais profundas, ou, que incide em outro lugar. Porque, parece ser um problema que leva ao íntimo da questão, por pensarmos ter alguma aplicação de ganho em julgar um ao outro, mesmo quando sabemos que é errado, apesar de não ser útil para nós no nível prático.

No entanto, por ser inerente no julgamento, o ego por si só não é capaz de parar de criticar, pois, julgar é sua salvação. Da mesma forma, não podemos morrer simplesmente decidindo parar de respirar.

Semelhante a experiência e sua interpretação sempre mudando, assim é o ego, uma casa construída na areia, a imagem de quem somos constituída pelo acúmulo de experiências selecionando algumas coisas, vivências e pessoas com as quais nos identificamos e excluímos, que definem o nosso último e irrevogável "eu", a nossa individualidade que nos identifica para todos, para o mundo.

Talvez, negando e abandonando todas as nossas identificações e referências, que não representam a nossa identidade, entendamos a ausência de sentido em pressupor o próximo, e percamos o interesse em julgar outras pessoas, pois, que motivos poderíamos ter para fazê-lo, se Yeshua veio para salvar? Demais, Seu julgamento é vindouro!

Num mundo de interpretações, onde nossas maiores verdades são nossos erros, nossas certezas são mais danosas a verdade do que as mentiras.

J Starkaiser
Enviado por J Starkaiser em 11/04/2020
Reeditado em 12/04/2020
Código do texto: T6913556
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