Escrevendo...10/4/20
Algo está decidido, até que um sentimento que tudo quer da existência, toma todo o espaço e causa reviravolta. Quando o dia começa, a energia da vida está em total harmonia com a simples luz do dia, sem desejos, é um simples dia prazeroso e de paz perene. Mas o tempo urge, e onde nem havia o real querer, fica a falta, e sensação de incompletude que é dominadora e incontrolável. Ai vem as pessoas a confirmarem os equivocos, e forçar o tempo a agir de modo repetitivo com o que se tornou um acúmulo de hábitos ruins não casuais, porém vazios e sem sentido. Arrisco afirmar que o problema não está em ter que preencher o vazio, mas é sobre o que é capaz de ocupar esse espaço de um modo brando e consciente.
Quando não há a consciencia calçada por uma tomada de decisão plena, há então a vulnerabilidade ou sensação de falsa liberdade .
E por esse caminho nada se conclui, o dia não cessa, o tempo corre uma pseudoliberdade que leva consigo o insaciável para lugar nenhum.
Antes, havia ao menos o curso natural da vida, um sonho, uma identidade entre o trabalho, os amigos a família. Sinto que o ainda há essa consciência, mesmo que o tempo confirme esse lugar no passado. Será o meu modo de sonhar no presente? Uma ''ilusão remédio" para as dores da realidade? Mas quando estava lá, já sentia o começo desse sentimento que agora parece ter tomado todo o meu ser. Como a primeira vez que senti medo de andar na rua. Ou mesmo a vaidade que só me foi aflorar quando o medo do julgamento alheio me assombrou. Sinto vergonha de tal situação. Sinto angustia por isso. Esse sentimento de que me tocou no passado já tão distante na memória. Quando pela primeira vez eu menti pra mim mesmo com o desejo de aplacar ou iludir esses sentimentos fantasmas. Sendo fraco ao fingir ser sagaz, e de um modo tão espontâneo ao ponto de passar despercebido, a ingenuidade de uma criança. Jamais escrevi tais linhas em toda minha vida, e porém, já tanto escrevi em busca de realidade e honestidade na vida. Tanto me escondi por detrás de uma expressão incompatível com o meu coração, e forgei a minha real opinião ou mesmo o afeto que transformei em ideias vazias ou crenças sem fé, nas quais me lancei sem acreditar que existia liberdade.