Estou sonhando, delirando em um pesadelo surreal. Sem febre, porque esse momento não admite febre.
No meu pesadelo surreal, as pessoas necessitam de oxigênio para sobreviver, normal, se esse oxigênio não viesse de maquinas, denominadas respiradores. Vejo hospitais sendo construídos em estádios de futebol.
O álcool virou artigo de luxo. Comercializado a valores altos e merecendo fiscalização do PROCON. Máscaras sendo de uso obrigatório pelas ruas.
Nesse pesadelo a saúde pública é lembrada. Hospitais são construídos. Porque o medo de necessitar dela é geral. Os governantes não se entendem, porem concordam em manter a população em suas casas. Entendi que a saúde pública não consegue nos atender ao mesmo tempo. Isso faz sentido e preocupa.
No meio desse pesadelo vozes aparecem. Um sugere campos de concentração. Um outro agride um morador de rua o atraindo com dinheiro para alimento. Lembro do ditado que diz: Muito ajuda quem não atrapalha.
As pessoas presas em casa perdem a razão. Marido mata esposa, pais matam filho.
O pesadelo continua, o sentimento de empatia aparece. Os bens materiais perdem o valor. Tudo o que se pensa é em proteger a quem se ama. Os abraços, tão importante para nós, humanos. São proibidos. Porque o inimigo pode nos usar para contaminar quem amamos. O inimigo não olha a conta bancaria, os títulos acadêmicos, pele ou raça. Entra em mansões e debaixo de pontes. É implacável. Joelhos se dobram sem discutir religião. Clamando a Deus o socorro. Ateus se convertem.
As pessoas se unem mesmo à distância. Mãos se estendem para ajudar o próximo a quem nunca parou para cumprimentar na correria do dia a dia.
Com o recolhimento dos humanos a natureza respira e se refaz em muitos lugares. Os animais aparecem. A camada de ozônio agradece.
Nesse pesadelo os cientistas são lembrados. Profissionais da saúde aplaudidos. O valor do estudo aparece. Porque se necessita dos jovens para achar a vacina contra esse inimigo. Aplausos a jogadores de futebol ficam no passado.
Eu deliro nesse pesadelo desejando acordar. Todos os dias espero a notícia que a vacina foi descoberta.
Pesadelo surreal, percebo que não estou dormindo. Não estou assistindo um filme ou uma série. É real.
Real como nossa fragilidade no planeta que cuidamos mal. Nossa casa. Não tem para onde correr. Os bens matérias não nos podem salvar. Então me uno aqueles que dobram seus joelhos por todo o planeta. E pedem a Deus que ilumine os que possuem o dom da ciência para descobrirem a vacina. E dessa forma aconteça a cura.