Uma breve entrevista comigo mesmo.
Fico feliz quando...?
Fico feliz quando estou em sintonia comigo mesmo. Quando consigo não apenas sonhar, mas correr atrás. Quando posso amor sem fronteiras nem pudores. Fico feliz quando posso estar com quem amo, quando estou em paz comigo mesmo e consequentemente com o mundo. Eu fico feliz quando escuto a voz de quem eu amo, ou a risada da minha esposa. Fico feliz quando vejo que estou caminhando a cada dia em direção a realização dos meus sonhos. Quando tomo um chá pela manhã e cuido do meu jardim. Quando passo um tempo com minhas aves. Quando descubro algo novo.
Me irrito com...?
Rotinas, barreiras, censuras, ordens excessivas, muros... Me irrito com superficialidade, bajulação, mentiras. Me irrito com a hipocrisia humana. Me irrito com gente fútil. Me irrito com reclamações em excesso. Me irrito com estagnação, improdutividade ou com falta de humildade. Me irrito quando julgo ou sou julgado. Me irrito com conclusões precipitadas e falsa-moral. Com pessoas que acham comum viver de máscaras.
Minha vida é repleta de...?
Altos e baixos. Sou um pintor cego. Às vezes mais pintor, as vezes mais cego que pintor. Sou inconstante e muitas vezes até pareço incoerente. As dúvidas são constantes na minha vida, mas elas não me fazem mal enquanto eu ainda consigo buscar respostas. Minha vida é repleta de desafios. Sempre foi. Mas quando olho pra trás, vejo que estou indo muito bem.
Me sinto seguro quando...?
Isso depende muito do contexto de segurança. Geralmente eu nunca me sinto seguro. Estou sempre buscando estar preparado para enfrentar o inimigo, em todos os aspectos da frase. Nunca me permito iludir com a certeza de segurança, mas tento não ser refém do medo da defesa.
Minha característica mais forte é...
Acho que a perseverança. Eu não aceito um não ou um ponto final a menos que eu mesmo me dê. Tenho gênio forte. Mas nunca permiti que isso me tornasse intolerante ou orgulhoso. Jamais desistirei dos meus sonhos. Se eu não puder lutar por eles, que esteja morto. “Nossa vida e nossos sonhos tem o mesmo valor.”
As pessoas falam que eu sou...
Forte, orgulhoso. A maioria me acha arrogante até me conhecer. Acho que ostento uma aparência bélica aos superficiais. As pessoas falam que sou um bom amigo, um ser humano incrível, um bom profissional. Muito raramente me dizem coisas negativas sobre mim mesmo. O que sempre me deixa com uma pulga atrás da orelha.
Gosto do meu jeito...
Sincero, único, honesto e fiel. Nunca encontrei ninguém pra me comparar nesse sentido, infelizmente. Gosto da minha forma de encontrar a paz comigo mesmo e com a natureza. Gosto do meu jeito de amar, gosto o quanto me doo a quem precisa, mesmo não recebendo nada em troca, e muitas vezes sendo mal tratado por ser assim. Ainda assim, acho que esse é o preço de ser diferente. Piedade e fraqueza são antagônicos, e escolher amar é uma prova de força. Eu amo incondicionalmente, e por isso pago um preço alto.
Não gosto de ser...
Acho que não sou nada que não gosto. Faço coisas que não gosto as vezes, mas não sou essas coisas. Não gosto quando tenho episódios depressivos, quando fico estagnado, quando paro de cuidar do meu jardim, quando paro de investir em mim mesmo. Não gosto de implorar atenção das pessoas que eu amo. Não gosto de doar-me mais aos outros que a mim mesmo.
O que eu deixei de ser quando cresci...?
Puro e ingênuo. Sempre acreditei no melhor das pessoas. Sempre sorri para todos que me viam na rua, apenas para dar-lhes um motivo para sorrir de volta. Eu não sou mais assim. Muito do que está nesse texto é quem eu sou, mas eu não lembrada que era até algumas semanas atrás. Estrou me reencontrando comigo mesmo e com quem eu era, e em algum momento me perdi e deixei de ser.