CARTA ABERTA PARA O AMOR
Ao amor,
Meu, seu, nosso.
Oi, você já deve ter percebido que estamos de quarentena. Isolamento social.
Não posso te ver.
Isolamento faz, fez com que fiquemos distante. Eu me tive que me afastar de pessoas que amo, de lugares que me fazem feliz, de momentos que me alegram.
Falaram que temos que tirar proveito disso tudo. A unica coisa que consigo pensar é do aproveitamento que saudade tira de mim.
Castiga, maltrada, mutila.
Existe escamas do meu corpo, e cada parte dela serão letras cuspidas do meu sentimento por você amor.
Eu vim te implorar, me traz de volta a vontade de sentir. De senti-lo.
Me devolve o propósito que teu significado tem.
Eu sinto tudo e não sinto nada.
Eu quero tudo e não quero nada.
Nada é o que tenho, o isolamento me deu, mas deixou a eterna procura.
Eles estão me dando o que não consigo retribuir, me faz procurar o que não acho.
Amor, você tem nome, você tem endereço, você tem cheiro.
Você é meu, porque você é de todo mundo, é pra todo mundo, tem em cada um.
Mas por quê não em mim?
O chão, a estrada, o caminho. Longo pra uns, curto para outros.
Eterno, pleno, certo.
Difícil, impossivel, inixistente.
Depende de quem vê, depende de quem acham.
Sorte?
Azar?
De quem ganha ou de quem perde.
Alguns ganham, outros perdem.
Por quê? Ir ou ficar, andando ou correndo, é esteira.
Telefone sem fio, chamada não atendia. No momento.
Alguém me ouve? Universo atende, mas não escuto.
Há sinais.
Socos em ponta de prego, lagrimas secas de choros desesperados.
A dor grita, coração sangra.
Mas é só uma carta, não pracisa ter espinhos.
Abra com cuidado, é para ser doce, não amarga.
É uma carta, cartas são romances.
Romances nem sempre são felizes. Mas eu estou falando.
Quero ser ouvida, atendida.
Quero sentir.
Você esta ai, eu estou aqui, nossos caminhos apenas não se cruzaram.
Meu, seu, nosso.