A despedida
Ninguém percebeu, mas eu vi. Para todos foi um abraço apenas. Só eu vi quando o abismo entre eles se abriu e cada um ficou numa beirada, com um pedaço do outro ainda nas mãos, confusos, sem saber se devolviam ou se guardavam como lembrança.
E cada um, com um buraco de vazio no peito, seguiu seu caminho. As lágrimas salgadas escorriam entre sorrisos conformados, que mais pareciam ferir do que sarar. É dever do tempo, agora, levar esse vazio, que é ausência de algo, para uma simples presença do nada.
“Vem o belo ódio dos que se amaram e se entredevoraram.”