Parei e não vou me acostumar
Estava acostumado a um ritmo todos os dias. Uma rotina me perseguia. Entrava nessa bolha criada pela minha vida e não sabia como sair. De manhã café da manhã, depois meditar, depois treinar a voz, dias gravando podcast, outros videos e lives e na tarde/noite na Beira Mar de Fortaleza vendendo passeios turisticos.
Derrepente algo aconteceu. Um inimigo invisivel apareceu. Então isolados vivemos neutralizados, amarrados. Perdemos nosso senso de dia e noite. De fim de semana e de semana. Todos os dias se tornaram um domingo insuportável.
Aquelas paradas semanais para ir ao estádio de futebol, a igreja, ao bar conversar com os amigos. Tudo isso nos foi tirado.
O lado bom. Que percebemos que o mundo não é só aquilo que fazemos, mas as pessoas que ajudamos e conquistamos.
Namorar só a distância. Os casados agora vão poder curtir o seu conjuge. Os solteiros vão sofrer. Aqueles acostumados a baladas, a cabarés, boates, estão agora num lugar escuro com medo da morte.
Percemos que não eramos máquinas e que nossos dias não são determinados pela nossa vontade. Enfrentamos o medo da doença, o medo de morrer, de ter nossos idosos e amigos mais frágeis sendo senteciados a sufocar sem ar, sem despedida, sem abraços, sem dizer adeus, sem velórios, nem enterros.