COMO FUGIR DO BICHO?

Salientando a reflexão sobre quem realmente somos no que representa o nosso relacionamento com nossos hábitos mais triviais e básicos, com a mortalidade, com a vida e com a morte, à proporção em que a pandemia da Corona vírus, que rapidamente se tornou uma nova e inusitada realidade para todos nós, se espalha pelo mundo provocando muitas dificuldades, desde a escassez de suprimentos que afeta diversos setores devido à interrupção de fábricas e preocupações que mudaram das questões de manufaturação do lado da oferta para a diminuição dos negócios no setor de serviços logísticos, em adição à compra de pânico aumentando o uso de bens para combater a pandemia, até os efeitos indiretos de quarentenas nos mantendo contidos em nossas casas, talvez por meses, reorientando nosso relacionamento com o governo, fechamento de restaurantes e quase toda a classe de negócios, e restrições de viagem que desencadeia o colapso da economia afetada por choques de demanda, pois a renda das pessoas é reduzida pela perda de empregos e os pequenos empresários, pela perda de lucros revelando a realidade fundamental das comunidades afetadas, sobre o que as pessoas valorizam e o que temem, quem tem mais e quem tem menos, e onde está o poder.

Essa grave “crise” mundial de saúde, sob a qual tudo parece novo, inacreditável e avassalador, cujos avanços são seguidos de perto pela mídia o tempo todo, quando, de um dia para o outro, seus desenvolvimentos chegam tão rápido que é difícil somar o quão radical eles são, torna credível que é um alerta para enxergarmos nossa condição humana comum de visão desordenada, sem reconhecer a importância da segurança cooperativa e coletiva, que nos despreparou e desequilibrou como indivíduos e instituições para planejar e responder efetivamente ao risco de uma possível aterradora ameaça global como a Corona vírus, cuja prevalência é quase bíblica.

Fomos informados através de noticiários que esse vírus é conhecido desde 1937. Portanto, podemos dizer que o vírus esteve presente entre nós o tempo todo, numa sociedade globalmente integrada de viagens, trabalho e comércio que iam além da capacidade de nossos sistemas de saúde de lidar com seus efeitos, até o momento em que se metamorfoseou noutro estado nas circunstâncias que permitiram a sua propagação entre a humanidade com o poder de moldar a política, alterar as sociedades pelas quais se disseminarem, de maneiras duradouras, afetar as relações pessoais, o trabalho de artistas e intelectuais, os ambientes naturais e artificiais, esmagar revoluções, aprofundar e firmar a xenofobia, a discriminação expiatória racial e econômica.

As narrativas humanas relatam que as crises e desastres continuamente preparam o terreno para mudanças e moldam a história, também, podem enviar sociedades por caminhos sombrios. Para nós acostumados com regimes democráticos, nos surpreendemos como são capazes de operar de modo tão amplo e rapidamente.

O surto de uma doença é um estado preliminar e local, dando motivos para análises mais profundas e específicas para alertar os institutos e as pessoas de uma possível epidemia. No entanto, é irracional responder somente após o início de uma pandemia.

Esperemos que os esforços heroicos de muitos comprometidos em defender a vida confrontando uma crise mundial tão imediata e severa, que colocam suas vidas e seus futuros em risco com conhecimento de causa diretamente na linha de frente, sem nenhum interesse próprio e recompensa, na luta contra os efeitos devastadores desta pandemia, inspire a humanidade e traga o melhor das pessoas, afirmando noções de aprendizagem universal possível na experiência prática e real.

J Starkaiser
Enviado por J Starkaiser em 02/04/2020
Código do texto: T6904794
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