Sobre fazer amizades

Eu faço amizades muito fácil. Sempre tive facilidade em me comunicar, sejam com pessoas mais velhas, mais novas, do sexo oposto, sem sexo definido, bêbadas, no rolê alternativo ou conceitual, no ponto de ônibus, na sala de aula do cursinho, enfim, me comunicar nunca foi algo que tirou minhas noites de sono.

A facilidade na comunicação levou a minha formação e também ao meu trabalho atualmente, sou publicitária e trabalho com comunicação, mas prefiro dizer inovação, pois se o esse trabalho não é uma mistura de comunicação, com processos dentro da transformação digital e inovação, não sei o que é.

Na empresa, temos lugares definidos nas baias, mas sempre que precisava reorganizar a equipe, eu mudava de lugar. A minha antiga gestora falava que ela me mudava de lugar porque ela sabia que eu não gostava da rotina de sempre, a mesma visão, e se eu mudasse de lugar ia ver novos ângulos e pessoas. Algo simples, mas que faz muito sentido, não acha?

Eu mudei de equipe e atualmente trabalho numa equipe que eu sempre quis. Posso dizer que estou realizada com a minha área de atuação! Nas reuniões de feedback, eu comentava: se tem uma equipe que eu penso em trabalhar, é para falar diretamente com nosso público alvo.

Enfim, recentemente passei por uma situação, que me fez refletir sobre essa facilidade em fazer amizades.

Atualmente, eu sento em um lugar que me causou alguns incômodos porque o ar condicionado é extremamente gelado, logo, perdi minha companheira de equipe, que para não gerar conflitos, mudou de lugar.

A pessoa que controlava o ar sentava na baia atrás da minha, era outra equipe, gerência e diretoria. E parecia ser fechada para uma conversa de conciliação. Confesso que peguei um certo ranço, aliás, eu perdi a minha companheira de equipe e ainda estava passando um friozinho.

Com o passar dos dias, fomos quebrando a nossa barreira , falando "bom dia", "tchau, bom descanso", até que ela veio me pedir uma ajuda, e claro, logo eu, a louca da comunicação, respirei fundo e enfrentei meu ranço ajudando ela.

Nos tornamos amigas e início de amizade é conversa o dia inteiro, todos os dias com direito a bom dia ao boa noite. O ranço? Não existe mais! E sim, conseguimos conversar sobre a história do ar condicionado e chegamos a um consenso. A comunicação é tudo, meus caros.

A minha reflexão com toda essa história é a seguinte: ou eu continuava com o ranço, ou faria um ambiente agradável. Talvez fosse culpa do mercúrio retrógrado, ou simplesmente eu não queria me comunicar com ela naquele momento de desconforto, mas valeria mesmo a pena continuar com aquela sensação chata, logo no ambiente corporativo? Precisamos tomar cuidado com os pré-conceitos que fazemos das pessoas. Elas podem nos surpreender.