artista

nasci, assim, desse jeitinho meu, todo artista, ou arteira

nunca soube, e isso é um porém, o que faria

com a arte visceral que vive em mim,

ela é tão forte e vibrante, mas, jamais enxerguei qualidade

na escrita, não obedeço as formas, e em minha dança,

tanta expressão se converte em desfalque da técnica.

na realidade, pairo na mediocridade, entre as desilusões

do ser, ser artista, ser arteira

de fato, sou artista

regozijando-me nas dores e delícias das solidões noturnas

daquelas ideias mirabolantes que assolam essa raça em suas madrugadas

artista na ponta dos dedos e solas dos pés

nas solas dos dedos e pontas dos pés

fissurada, obcecada, em letras, palavras e piruetas

cinco, seis, sete e oito,

plié, fondu, jete, repete, um, duas, mil vezes

sangramentos, calos, bolhas,

dores, na alma, e no corpo

de levar arte em poemas ou nos palcos,

carregando o fardo de se emaranhar no personagem

cisne, gente, escritora, animal

artista.

b bezerra
Enviado por b bezerra em 23/03/2020
Código do texto: T6895158
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