Reconhecer-se no outro
É uma virtude que subjaz a todas as outras.
Isto significa dizer que um indivíduo jamais poderá ser considerado um bom advogado, um bom professor, um bom padeiro, um bom tradutor, um bom aluno, um bom médico, um bom decorador ou o que quer que seja, se antes de tudo não conseguir ser um bom ser humano. Nenhuma virtude pode subsistir quando o maior mandamento cristão “amai ao próximo como a ti mesmo” não há.
Reconhecer-se no outro significa tratá-lo como gostaríamos de ser tratados. Entender que assim como somos um mundo em nós mesmos, os outros individual e coletivamente também o são.
Significa também não presumir o erro, a maldade, não diminuir nossos semelhantes ante a nós mesmos e ao público.
Ao receber um elogio, antes de se enaltecer, antes mesmo de se recolher à noite para dormir, vale perguntar a si mesmo: reconheço o outro como meu semelhante?