Há uma poesia do insuperável Mario Quintana, chamada “Marciano” (publicada no livro Esconderijos do Tempo”, em 1980) que lá pelas tantas registra “Uma cadeira? Não. A cadeira. Tudo é singular! ”. O poeta rio grandense estava a se referir a uma coisa, a um bem, e ainda assim se percebe o cuidado ao tirar o trecho do artigo indefinido para o definido “a”.
A reflexão que salta à mente: se até com a cadeira deve-se ter o devido cuidado de não generalizar, será que são válidos argumentos, por exemplo, ditos do presidente ao cidadão comum (porque no Brasil parece ainda haver graus de dignidade da pessoa humana) em tempos de pandemia de coronavírus, de que “esse vírus só atinge velhos”, ou que “se apenas 13,5% (IBGE) dos brasileiros estão correndo perigo de vida, os idosos, por que parar a economia e adotar regime de quarentena”?
Perdoem-me os estatísticos e igualmente os liberais a todo custo, mas o dado é qualitativo e não quantitativo. Não pode existir generalidade naquilo que é ímpar por natureza. O ente querido nunca será “x” ou “y” para aquele que o perde.
A reflexão que salta à mente: se até com a cadeira deve-se ter o devido cuidado de não generalizar, será que são válidos argumentos, por exemplo, ditos do presidente ao cidadão comum (porque no Brasil parece ainda haver graus de dignidade da pessoa humana) em tempos de pandemia de coronavírus, de que “esse vírus só atinge velhos”, ou que “se apenas 13,5% (IBGE) dos brasileiros estão correndo perigo de vida, os idosos, por que parar a economia e adotar regime de quarentena”?
Perdoem-me os estatísticos e igualmente os liberais a todo custo, mas o dado é qualitativo e não quantitativo. Não pode existir generalidade naquilo que é ímpar por natureza. O ente querido nunca será “x” ou “y” para aquele que o perde.