CÉU VERMELHO

   Eu vi o céu se tornar avermelhado, aquela tonalidade azul aos poucos ia mudando, lentamente, até se tornar cor de sangue. Foi uma visão impressionante, irresistível aos olhos de qualquer cristão. A noite se avizinhava, demoraria um pouco visto que o sol ainda não deitara completamente, os reflexos dos seus raios eram vistos entre as poucas nuvens que no céu mostravam-se praticamente paradas diante desse evento inesperado.

   Dentro de mim uma tristeza invadira sem permissão e sem motivos, eu estava a meditar numa tarde aparentemente tranqüila em meu cantinho da varanda, sozinho por decisão própria, achava melhor em determinados momentos da minha existência, sempre gostei de fazer isso, me sentia bem mesmo tendo alguns problemas não resolvidos, ali geralmente encontrava algumas soluções mágicas para driblá-los quando não conseguia eliminá-los. Tudo saía perfeito, lógico que ninguém está imune a qualquer tipo de intempérie nesta vida, porém milagrosamente eu estava pronto para enfrentar o que viesse pela frente em termos de dificuldades. Meu pensamento era para manter a calma e buscar soluções mesmo que não viessem de imediato. Confiava plenamente nos poderes dos céus, abaixo deles só uma consciência que estivesse sob o domínio de Deus, fora disso era impossível contestar qualquer assunto, principalmente quando fugiam do nosso controle, no calor da emoção ficaria em primeiro lugar a razão, a necessidade de seguir pelo caminho certo indicado pela nossa consciência.

   Após alguns minutos de prece olhei novamente para o céu, aquela tonalidade avermelhada lá estava, me senti como refém de um estranho poder paralelo ao celeste, no entanto mantive a discrição e não deixei que meu corpo estremecesse diante dessa situação, raciocinei rápido e entendi que o poder divino é insuperável, nada o detém, o que me fortaleceu e me fez olhar com mais atenção para o firmamento, já começava a escurecer mas deu para perceber que aquela tonalidade azul lá estava, meus olhos a vislumbrava com a certeza de que tudo não passou de uma imaginação para minha alegria.

Moacir Rodrigues
Enviado por Moacir Rodrigues em 19/03/2020
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