Há dias que não são comuns.
Há dias que não são comuns. No auge da minha adolescência, eu conheci uma menina de sorriso fácil e coração marcado. Era incrível como ela conquistava todos ao seu redor e não foi diferente comigo. Na época, eu era atleta e muito focado nos meus objetivos. Mas, a perfeição te vira ao avesso. Lembro-me de seus cabelos encaracolados, da sua voz doce e da sua mania de colocar uma flor atrás da orelha. Com certeza, ela era a flor mais bonita do jardim. Pra chamar a sua atenção, eu mantive o seu vício, andava alguns quarteirões a mais todos os dias pra conseguir suas flores preferidas (margaridas brancas). Não demorou muito tempo pra que a gente se envolvesse e os dias comuns tivessem fim. Com o passar do tempo, eu ouvi muita gente ao meu redor dizer que amor de adolescência não vinga, não dura, as chances são mínimas. É verdade que a imaturidade, as inseguranças e os medos são visíveis e que muita vezes ela fala mais alto. No dia 16 de março de 2011, ela foi embora. Seu coração marcado tinha um risco novo e remendos antigos. E eu fiquei a esperar... foi uma das coisas mais difíceis que eu tive que fazer. Simplesmente soltei a mão dela e a deixei ir. Não sei pra onde, nem por quanto tempo, talvez pra sempre… Mas, tive que soltá-la. Ela tinha que ver o mundo, superar suas confusões e medos. E um dia, quem sabe, querer voltar, decidida a se entregar a esse amor. Passaram-se 5 anos, e a vida nos jogou de encontro ao outro novamente. Ela ainda carregava margaridas atrás da orelha e eu carregava aquele amor de adolescência e a esperança do nosso reencontro. A vida é justa e o que é pra ser nosso, vai ser nosso. Hoje eu tenho um novo amor, as flores preferidas dela são violetas... igual ao seu nome: Violeta. Herdou a mania da sua mãe, adora flores atrás da orelha. Eu continuo andando alguns quarteirões a mais e os dias comuns não existem mais.
- Iago Menezes